BRONCO
Totonho Laprovitera*
Totonho Laprovitera*
Filho da Calunga, cadela de um dos nossos vizinhos, e de pai desconhecido, Bronco foi um cachorro que marcou época em nossa casa. Ele era da minha irmã Fefé e, ainda pequenino, granjeou a afeição de todos nós.
No final dos anos 60, em nosso endereço da Rua Tibúrcio Cavalcante,
o juvenil galã Bronco, de porte médio, pelo longo e branco, com manchas pretas,
tornou-se um belo animal. E não demorou muito para começar a aprontar suas
memoráveis cachorradas. No sítio da Parangaba, iniciando-se na arte de namorar,
prática para a qual demonstrava graúda vocação, enfronhou-se com a esquálida
Tuninha, escolada cachorra dos moradores.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQA87qkvQtY6yBU02KbqHXnuH_1bPSsBcXw_Um5yl1dEPpit4F42cBY6n9UMMzbqRlhp6Nvx8tYLHuGz6Of0hijnphj2VEqh1OCqQbtjq3KrEk8YZUN7DBkeH3wpHx8A2BezdTIY3LlcQG/s200/BRONCO.jpg)
Muitas vezes, porém, chegava da farra todo lascado, trazendo doridas feridas de quem havia brigado feio na rua. Certamente, em peleja por alguma disputada cadela.
Assim era o romântico Bronco. Em casa, quieto e bem-humorado. Um
santo. Na rua, um inveterado Dom Juan à caça de suas conquistas amorosas.
Um dia, porém, Bronco saiu pra rua e nunca mais voltou. Ninguém
ficou sabendo se foi apanhado pela carrocinha, atropelado ou, sei lá... O certo
é que sumiu do mapa, sem deixar o menor rastro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário