terça-feira, 29 de agosto de 2017

RESENHA - Programa Dimensão Total (27.08.17)


PROGRAMA
DIMENSÃO TOTAL
27.08.17



Dimensão Total é um programa radiofônico semanal de debates, do Jornalista Ronald Machado, pela Rádio Assunção Cearense, na sintonia AM 620 ou pela Web, aos domingos, entre 10 e 12 horas, tendo como assistente de estúdio o radialista e produtor executivo Alexandre Maia.



Compareceram ao programa o médico psiquiatra, antropólogo e professor Antônio Mourão, o Senador Cid Carvalho, o jornalista e advogado Reginaldo Vasconcelos,  o advogado e economista José Maria Philomeno, o jurista Djalma Pinto, a advogada e psicanalista Rossana Brasil Copf, o Reitor Cláudio Regis Quixadá e o jornalista Ronald Machado.


No Programa Dimensão Total deste último domingo trataram-se de dois temas principais: a violência contra professores, configurada no caso do aluno que espancou a mestra, na diretoria do colégio, na semana passada, em Santa Catarina, e as privatizações anunciadas e levadas a cabo pelo Governo Federal, nos esforços de recuperação das finanças públicas.

No primeiro caso, houve consenso geral quanto ao fracasso da moderna pedagogia, baseada no “politicamente correto”, segundo a qual não se devem impor limites a crianças e adolescentes, sob pena de traumatiza-los.

Imaturos, “empoderados”, absolutos, ignorantes quanto à contrapartida entre direitos e deveres, estimulados pela cultura de violência que impera nos esportes, os jovens brasileiros vêm investindo moral e fisicamente contra os pais e os professores.

Além disso, também concorre para essa distorção o desvirtuamento da família, como celula mater da sociedade, que deixou de cumprir o múnus de impor educação doméstica.

Outro fator importante para esse estado de coisas, segundo os debatedores, é a abolição das disciplinas curriculares que transmitiam princípios de cidadania, como “Educação Moral e Cívica” e “Organização Social e Política Brasileira – OSBP”.

No tocante às privatizações, não houve consenso entre os debatedores. Todos estavam concordes que a má gestão pública levou as instituições estatais à bancarrota, por incúria e por corrupção, com seus cargos de direção ocupados por conveniência política, sem qualquer critério técnico e meritocrático.

Contudo, alguns defendiam a transferência desses ativos à iniciativa privada, como solução ideal, enquanto outros entendiam ser possível mantê-los no patrimônio do Estado, impondo novas e rigorosas diretrizes de governança interna.     

Entediam José Maria Philomeno, Djalma Pinto e Reginaldo Vasconcelos que a proposta de venda da Casa da Moeda, dos aeroportos, da Eletrobrás, tomadas como paradigmas, não significa prejuízo à soberania nacional.

Segundo essa corrente, em todos os casos essas instituições, mesmo exploradas por capital privado, ainda que de origem estrangeira, tornar-se-iam lucrativas para o povo brasileiro, gerando tributos e empregos, e serão sempre controladas pelo Governo Federal, através do Banco Central, das Forças Armadas, de agências reguladoras, conforme o caso.

Por outro lado, Antônio Mourão, Cid Carvalho e Cláudio Regis Quixadá, de inflexão mais socialista, insistiram que essas empresas públicas estavam ligadas aos cânones da segurança nacional, mormente em caso de guerra entre o Brasil e outras nações, e que a privatização, como solução para a má gestão pública e contra a corrupção, corresponderia a “matar a vaca para acabar com os carrapatos”.

Reginaldo Vasconcelos lembrou-lhes o brocardo latino “abusos non tollite usum”, que traduz exatamente a sua tese. Porém, os que se mantinham nessa linha de pensamento não tiveram como apresentar um método seguro para evitar que continue o uso e o abuso político das empresas estatais.

Foi desiludido com essa possibilidade, e hasteando essa razão, que o então Governador Tasso Jereissati privatizou o Banco do Estado do Ceará, em 1997 – dizem que absolutamente enfurecido com operações ruinosas realizadas pelo Banco, na época, em favor do empresário Sérgio Machado, até então seu amigo pessoal. 

Medida radical e lamentável, por todos os títulos, pois o BEC era o órgão pagador do Estado, que dava oportunidade de emprego, mediante concurso, aos filhos da pobreza cearense. Sim. Grande parte dos funcionários do BEC, mesmo entre os mais graduados, tinha origem humilde e sertaneja.

Em homenagem às mulheres, tendo em vista a constatação de que estas precisam ter mais atenção e respeito da classe masculina, tomado como exemplo o caso da professora agredida por aluno, um dos temas do programa, Ronald Machado instou Reginaldo Vasconcelos a terminar o programa dizendo a Ave Maria em latim. 

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