PROGRAMA
DIMENSÃO TOTAL
27.08.17
No
Programa Dimensão Total deste último domingo trataram-se de dois temas
principais: a violência contra professores, configurada no caso do aluno que
espancou a mestra, na diretoria do colégio, na semana passada, em Santa
Catarina, e as privatizações anunciadas e levadas a cabo pelo Governo Federal,
nos esforços de recuperação das finanças públicas.
Imaturos,
“empoderados”, absolutos, ignorantes quanto à contrapartida entre direitos e
deveres, estimulados pela cultura de violência que impera nos esportes, os
jovens brasileiros vêm investindo moral e fisicamente contra os pais e os
professores.
Além
disso, também concorre para essa distorção o desvirtuamento da família, como celula mater da sociedade, que deixou de
cumprir o múnus de impor educação doméstica.
Outro
fator importante para esse estado de coisas, segundo os debatedores, é a
abolição das disciplinas curriculares que transmitiam princípios de cidadania,
como “Educação Moral e Cívica” e “Organização Social e Política Brasileira –
OSBP”.
No tocante às privatizações, não houve consenso entre os debatedores. Todos estavam concordes que a má gestão pública levou as instituições estatais à bancarrota, por incúria e por corrupção, com seus cargos de direção ocupados por conveniência política, sem qualquer critério técnico e meritocrático.
Contudo,
alguns defendiam a transferência desses ativos à iniciativa privada, como
solução ideal, enquanto outros entendiam ser possível mantê-los no patrimônio
do Estado, impondo novas e rigorosas diretrizes de governança interna.
Entediam José Maria Philomeno, Djalma Pinto e Reginaldo Vasconcelos que a proposta de
venda da Casa da Moeda, dos aeroportos, da Eletrobrás, tomadas como paradigmas,
não significa prejuízo à soberania nacional.
Segundo
essa corrente, em todos os casos essas instituições, mesmo exploradas por capital
privado, ainda que de origem estrangeira, tornar-se-iam lucrativas para o povo
brasileiro, gerando tributos e empregos, e serão sempre controladas pelo
Governo Federal, através do Banco Central, das Forças Armadas, de agências reguladoras,
conforme o caso.
Por
outro lado, Antônio Mourão, Cid Carvalho e Cláudio Regis Quixadá, de inflexão
mais socialista, insistiram que essas empresas públicas estavam ligadas aos
cânones da segurança nacional, mormente em caso de guerra entre o Brasil e
outras nações, e que a privatização, como solução para a má gestão pública e
contra a corrupção, corresponderia a “matar a vaca para acabar com os
carrapatos”.
Reginaldo
Vasconcelos lembrou-lhes o brocardo latino “abusos
non tollite usum”, que traduz exatamente a sua tese. Porém, os que se
mantinham nessa linha de pensamento não tiveram como apresentar um método
seguro para evitar que continue o uso e o abuso político das empresas estatais.
Foi
desiludido com essa possibilidade, e hasteando essa razão, que o então
Governador Tasso Jereissati privatizou o Banco do Estado do Ceará, em 1997 –
dizem que absolutamente enfurecido com operações ruinosas realizadas pelo
Banco, na época, em favor do empresário Sérgio Machado, até então seu amigo
pessoal.
Medida radical e lamentável, por todos os títulos, pois o BEC era o
órgão pagador do Estado, que dava oportunidade de emprego, mediante concurso,
aos filhos da pobreza cearense. Sim. Grande parte dos funcionários do BEC,
mesmo entre os mais graduados, tinha origem humilde e sertaneja.
Em
homenagem às mulheres, tendo em vista a constatação de que estas precisam ter
mais atenção e respeito da classe masculina, tomado como exemplo o caso da
professora agredida por aluno, um dos temas do programa, Ronald Machado instou Reginaldo
Vasconcelos a terminar o programa dizendo a Ave Maria em latim.
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