domingo, 20 de agosto de 2017

CRÔNICA - Marcha das Vadias (JPG)


Marcha das Vadias
João Pedro Gurgel*
        

Nunca entendi como a igualdade pode ser plena onde não há respeito. Também nunca entendi como obscenidade pode demonstrar democracia.

Vou ser direto. Durante a visita do Papa Francisco à Jornada Mundial da Juventude, um grupo acéfalo de manifestantes deu procedência à Marcha das Vadias, tendo, inclusive, trocado insultos com os peregrinos da Jornada.

Em uma demonstração pública de esquizofrenia ideológica, o grupo acéfalo exigia a repetida pauta de legalização casamento gay e da legalização do aborto. Até aí, tudo bem. Porém, como se não bastasse, manifestantes chutaram imagens e passaram a demonstrar sua hostilidade com os símbolos sagrados.

Ao ver isso, não posso deixar de pontuar tamanha ignorância pública. Estamos estragando o País quando achamos que a democracia reside na aberta manifestação de libertinagem. Apesar de termos falhas no nosso sistema político, a baderna e o desrespeito maquiados de atitudes "chocantes" não devem ofuscar o respeito que temos (ou, pelo menos, deveríamos ter) entre nós.

O cerne da questão reside em grupos que querem ser aceitos, mas não aceitam ninguém. O Papa Francisco, não é só Papa – é também Chefe de Estado, sendo merecedor de honrarias à altura. Tecnicamente, ironizar, hostilizar e insultar a religião de um Chefe de Estado não me parece uma atitude sábia para alcançar um objetivo legal qualquer.

Além disso, qualquer iniciativa “democrática” deve ser respaldada como tal. Na busca da legitimidade, os defensores da Marcha das Vadias encaram a sensata realidade de que suas políticas estão fora do gosto popular. Nesse momento, é que vemos que a máscara de democracia esconde a face do caos, da libertinagem e do totalitarismo.

Por fim, merece mesmo parabéns o Papa Francisco que, em tom sereno, consegue incitar os fiéis a pensarem sobre caridade, boas ações, moral, ética e respeito. O Papa gostaria de ver homens de Deus na política, no centro das decisões de nossa democracia, ungidos pelo Espírito Santos na condução de seus trabalhos. E, sinceramente, eu concordo.


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