Marcha das Vadias
João Pedro Gurgel*
Nunca entendi como a igualdade pode ser plena onde não há respeito.
Também nunca entendi como obscenidade pode demonstrar democracia.
Vou ser direto. Durante a visita do Papa Francisco à Jornada
Mundial da Juventude, um grupo acéfalo de manifestantes deu procedência à
Marcha das Vadias, tendo, inclusive, trocado insultos com os peregrinos da
Jornada.
Em uma demonstração pública de esquizofrenia ideológica, o grupo
acéfalo exigia a repetida pauta de legalização casamento gay e da legalização
do aborto. Até aí, tudo bem. Porém, como se não bastasse, manifestantes
chutaram imagens e passaram a demonstrar sua hostilidade com os símbolos
sagrados.
Ao ver isso, não posso deixar de pontuar tamanha ignorância
pública. Estamos estragando o País quando achamos que a democracia reside na
aberta manifestação de libertinagem. Apesar de termos falhas no nosso sistema
político, a baderna e o desrespeito maquiados de atitudes "chocantes"
não devem ofuscar o respeito que temos (ou, pelo menos, deveríamos ter) entre
nós.
O cerne da questão reside em grupos que querem ser aceitos, mas não
aceitam ninguém. O Papa Francisco, não é só Papa – é também Chefe de Estado,
sendo merecedor de honrarias à altura. Tecnicamente, ironizar, hostilizar e
insultar a religião de um Chefe de Estado não me parece uma atitude sábia para
alcançar um objetivo legal qualquer.
Além disso, qualquer iniciativa “democrática” deve ser respaldada
como tal. Na busca da legitimidade, os defensores da Marcha das Vadias encaram
a sensata realidade de que suas políticas estão fora do gosto popular. Nesse
momento, é que vemos que a máscara de democracia esconde a face do caos, da
libertinagem e do totalitarismo.
Por fim, merece mesmo parabéns o Papa Francisco que, em tom sereno,
consegue incitar os fiéis a pensarem sobre caridade, boas ações, moral, ética e
respeito. O Papa gostaria de ver homens de Deus na política, no centro das
decisões de nossa democracia, ungidos pelo Espírito Santos na condução de seus
trabalhos. E, sinceramente, eu concordo.
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