FINAL DO
III ATO
Humberto Ellery*
I
Lentamente a cortina está fechando,
Não distingo, na plateia, uma só face.
Eu deveria nesta hora estar chorando
Pedindo a Deus que a peça continuasse.
II
Mas volto ao camarim em passos lentos
Vou arrancar a fantasia e este laço
Vou sem chorar, sem sorrir e sem lamentos,
Tirar de vez a fantasia de palhaço.
III
E o silêncio no Teatro é tenebroso,
Não tive aplauso, nem por um instante.
Mas abomino este silêncio horroroso.
IV
Melhor seria uma estrepitosa vaia
Que este desprezo cruel e sufocante
Este silêncio me gritando: SAIA!
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