AS ESTRELAS*
Márcio Catunda**
Os poetas são pobres crianças que se distraem fazendo
bolhas de sabão com as suas lágrimas. (J. RICHEPIN – 1849-1926).
As estrelas irradiam o espírito do tempo.
Voam na imobilidade, como o perfume das brumas,
Como peixes fosforescentes, miosótis,
O enxame que faz o mel da luz!
Na colmeia do céu, irmãs do vento,
As estrelas fabricam o sopro das origens,
A sensação do efêmero oculta
a intuição dessas pérolas glaciais.
Elas vêm do vazio abstrato do ar
e transportam o tesouro íntimo da noite.
Respiremos a claridade que elas inventam.
*Enviada
hoje (16 de maio) diretamente de Argel, onde o diplomata cearense Márcio Catunda presta
serviços ao Itamarati.
Vianney Mesquita
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