BERLINDA FEDERAL
UMA LUZ JURÍDICA
SOBRE OS FATOS
Reginaldo Vasconcelos*
Reginaldo Vasconcelos*
O
ex-presidente Lula da Silva, o Governo Dilma Rousseff e o partido político a
que pertencem não hão de ficar calados diante dos escândalos que os atingem, um
atrás do outro. Eles têm mesmo que convocar coletivas de imprensa e fazer pronunciamentos.
Todavia,
ao se insurgir em seus discursos contra a persecução criminal de que são alvos,
uns falando em apoio aos outros, qualificando como injustas e infundadas as
medidas da Justiça, ficam expostos à futura revelação de eventuais indícios, evidências e
provas que já constem dos inquéritos, e sobre os quais não saibam nada.
Sim,
por fato exclusivo do ex-presidente não se justificaria a sua condução compulsória para
prestar depoimento à Polícia Federal, conforme ele tem dito, e como têm reclamado os que advogam
sua causa, jurídica e politicamente. Porém, sendo o Lula um líder carismático de
hordas populares, o Juiz Sérgio Moro lançou mão desse expediente para evitar um
tumulto maior.
Lula
já não tem foro privilegiado, nem qualquer prerrogativa jurídica para não ser
investigado, indiciado, julgado, condenado e preso, como qualquer outro
cidadão, quando esse for o caso. Mas, ao mesmo tempo, requer tratamento
policial diferenciado, em virtude de sua íntima vinculação a agitadores sociais.
Aliás,
as falas do próprio Lula às hostes petistas, essas excedem às licenças
democráticas e podem até configurar crime – e, como dito, ele não é detentor de qualquer imunidade. Lula tem todo o direito de convocar seus apoiadores – mas somente
para atos pacíficos, para manifestar simpatia – nunca para perturbar a ordem
pública, atacar repórteres e para confrontar seus antagonistas pelas ruas, como ele tem feito.
Por exemplo, ameaçar o povo e as instituições da República com o “exército do Stédile”, em caso de sua eventual
prisão, ou do futuro impedimento da Dilma, como fez ele, já caracteriza conduta entrevista
entre os crimes contra a paz pública, previstos nos artigos 286 e 287 do Código
Penal, tipificados pela incitação à prática de crimes e à apologia da violência.
Um
fato mal esclarecido, em todo esse imbróglio, refere ao relacionamento do ex-presidente com
dois imóveis em São Paulo. A Polícia suspeita de que esses bens, embora
registrados em nome de terceiros, pertencem a ele de fato, e que, por
conseguinte, sejam objeto de ocultação de patrimônio.
Mas
isso é meramente consectário do fato principal, já comprovado: construtoras envolvidas
em desvios de verbas pública por meio da Petrobrás, superfaturando obras e
firmando contratos fictícios para render propinas a políticos, a servidores públicos
e ao partido do Governo, investiram ricamente nesses prédios relacionados ao Lula, um que
ele pretendia comprar e outro que ele habitava com frequência e regularidade.
Mas, com o recebimento da
denúncia contra o Deputado Eduardo Cunha, pelo Supremo
Tribunal Federal, e a revelação da delação premiada do Senador Delcídio do Amaral, no dia de ontem, assim também a condução coercitiva de Lula da Silva, pela Polícia Federal, na
manhã de hoje, todos os índices financeiros nacionais tiveram uma reação surpreendente,
com baixa do dólar e alta nas bolsas de valores. Isso indica que na faxina ética em curso está realmente a salvação da Pátria.
O
Brasil vive hoje uma das maiores crises econômicas, políticas e morais de sua
História, sem qualquer perspectiva de recuperação por medidas do Governo, cuja
única solução que vislumbra para o caos que vive o País é o aumento da carga tributária, que
já é descomunal. Inflação, desemprego, degradação nos níveis internacionais de confiança e credibilidade.
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