sábado, 12 de março de 2016

CRÔNICA - Lula Lá (RV)

LULA LÁ
Reginaldo Vasconcelos*


Grandes juristas brasileiros, como Dalmo Dallari e Miguel Reale Jr.,  têm se manifestado contra o pedido de prisão preventiva de Lula da Silva, formulado ao Judiciário Estadual pelo Ministério Público de São Paulo, argumentando aqueles luminares que os requisitos legais autorizadores dessa medida não estariam entrevistos nos fundamentos manejados pelos Promotores de Justiça.

Esses jurisconsultos renomados percebem motivação política naqueles integrantes do Parquet, pois sendo o Lula um grande líder partidário, atrairia antipatias dos que no seu íntimo simpatizam com outros ideários. Mesmo parlamentares da oposição reagiram com apelos de comedimento e cautela, traindo eles próprios a introjeção canhestra de que a mítica jararaca petista seja intocável realmente.

Mesmo do fundo da ninguendade em que modestamente me situo, face aos causídicos mais doutos do País, e olhando da planície reles de um mero advogado para os píncaros do saber jurídico nacional, não concordo com os primeiros, que acham desarrazoado o pedido cautelar formulado, e muito menos com estes outros, que defendem moderação contra quem é imoderado.

Aliás, já tinha eu antecipado em artigo recente que Lula da Silva vem cometendo ilícitos de desacato, de apologia ao crime e de incitação à violência, devidamente previstos no Código Penal, desde quando convocou “o exército do Stédile” para confrontar a cidadania – ato de muito maior potencial ofensivo vindo de um líder político, ex-presidente da República.

E não só isso: declarou à imprensa que estava “de saco cheio” das convocações para depor. Uma vez intimado, verberou que não ia, antes de impetrar medidas judiciais que o liberaram de falar. Mas não ficou só nisso: ao reunir partidários seus após a sua condução coercitiva, em vez de tentar explicar ao povo o seu óbvio comprometimento com pessoas e fatos criminosos, lançou impropérios contra as mais respeitáveis instituições da República, instigando o povo à insurgência e à revolta.

Depois, vazou na Internet deblaterando ao telefone, dizendo que os homens da lei enfiassem em si mesmos o seu processo-crime. É pouco? Atitudes que tais de um rematado demagogo não teria o potencial de conturbar a ordem pública, de atrapalhar o curso das investigações, de estorvar a instrução criminal? Enfim, de dificultar o cumprimento da Lei Penal? No meu particular sentir, quem não disser “desenganadamente sim”, este sim, tem o raciocínio obstado pela ignorância conveniente ou pela cegueira beatífica das paixões ideológicas.

Aliás, não é preciso repristinar as ultrapassadas teorias de Césare Lombroso para aplicar com absoluto acerto a “psicologia da fisionomia”. Uma grande rede de supermercados brasileira contratou certa vez especialistas russos que, sem falar nem entender português, vieram assistir a entrevista de candidatos ao cargo de comprador da empresa, função que exige absoluta honestidade. 

Depois de ouvir as perguntas e as resposta formuladas no nosso idioma, os russos, sem terem entendido uma palavra, indicaram quais dos entrevistados mentiam, unicamente com base em suas expressões faciais e na afetação do seu gestual.



Ora, qualquer Delegado de Polícia experiente, pelo misancene de um preso, pela desfaçatez que ele traz na cara, percebe a inverdade que lhe tenta pespegar o meliante.  Assim também qualquer dramaturgo ou cineasta reconhece um ator canastrão, cuja habilidade histriônica somente convence os imbecis. Do mesmo modo, qualquer mulher madura detecta na cara de um conquistador barato a sua impostura de mentiroso, que somente comove as muito incautas.
 
Eu, por meu turno, nunca me enganei com caras e bocas e discursos cavilosos. Sem o mínimo receio de ser injusto, acho mesmo que o Brasil inteiro deveria entoar a velha palavra de ordem das campanhas petistas, mas apontando o dedo para os presídios nacionais: LULA LÁ! 



   


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