ACADEMIA CEARENSE DE LITERATURA E JORNALISMO RENOVADA : NOITE LITERÁRIA (EDITORIAL)

quarta-feira, 12 de março de 2014

NOITE LITERÁRIA (EDITORIAL)

MOREIRA CAMPOS POR CID CARVALHO

Muito concorrida a TERÇA-FEIRA EM PROSA E VERSO promovida na noite de ontem, 11 de março, no Palácio da Luz, sede da Academia Cearense de Letras.

O evento vem sendo promovido mensalmente há 15 anos pelo jornalista Vicente Alencar, sempre na terça-feira da segunda semana de cada mês, reunindo prosadores e poetas.

Desta feita, os que compareceram ao seleto auditório da ACL foram brindados por interessante palestra proferida pelo Professor Cid Carvalho, que discorreu sobre o grande contista cearense Moreira Campos.

Cid furtou-se de falar sobre a produção do literato, sua verve, seu estilo, sua figura pública, pois tendo em vista a culta plateia a que se dirigia, isso seria ocioso – assim considerou – pois todos os presentes certamente conheciam sobejamente todos os detalhes públicos da vida e da obra de Moreira Campos.

Então falou da figura humana de seu primo-segundo José Maria Moreira Campos, de quando este veio do interior morar em uma república de rapazes, e, ao ferir-se em uma briga, ficou hospedado em sua casa da Rua Agapito dos Santos, a casa do seu primo legítimo, o poeta Jader Moreira de Carvalho, pai de um Cid Carvalho então menino.

Contou da irmã doente de Moreira Campos, a Bem, e de seu irmão, que deixou de beber e curou-se da epilepsia de fundo etílico, para cuidar da Bem, só se permitindo morrer após a morte dela, muitos anos depois. Falou do início do namoro de Moreira com sua Maria José, a Zezé, relação que por todo o longo casamento foi cheio de paixão e romantismo.

Assim o ex-senador, o maior orador cearense vivo, que inclusive é Presidente de Honra da ACLJ, trouxe a lume as mais preciosas minudências sobre a vida do personagem – exatamente naquilo que humaniza os grandes gênios, e que mais interessa aos bons biógrafos, pois escapa aos curricula vitae oficiais.

De parabéns o nosso confrade Vicente Alencar, organizador do evento (com a colaboração de sua mulher, a escritora Margarida Alencar) o Dr. Cid Carvalho, sua grande atração de ontem, e, in memorian, o grande literato Moreira Campos, Patrono Perpetuo da Cadeira de nº 18 da ACLJ, fundada pelo seu atual titular, Adriano Vasconcelos.

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1. Congregar 40 literatos e jornalistas cearenses, não necessariamente os melhores, desde que alguns sejam ótimos e que todos sejam bons, e que nenhum deles se possa apontar entre os piores.

2. Defender as letras, as artes e a mídia cearenses, prestigiar seus atuais ícones, preservar a memória dos antigos, procurar e incentivar novos valores.

3. Constituir-se em fórum permanente de debates sobre a literatura e a mídia nacionais, de modo a gerar relatórios abalizados e pareceres conclusivos com a sua opinião oficial.

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O brasão da ACLJ se constitui de uma coruja, ao centro, pousada sobre um livro aberto, simbolizando a cultura literária.

Escoltando a coruja há dois gansos em voo, significando simbolicamente a função informativa da imprensa, em alusão aos gansos alertas e denunciadores que guarneciam o Capitólio.

Essa simbologia central figura sobre a configuração do mapa do Ceará, tudo circunscrito à coroa de louros, adereço indicativo do classicismo que inspira a intelectualidade ocidental.

O brasão da ACLJ ostenta ainda o dístico latino “Non Male Sedet Qui Bonis Adhaeret”. A expressão refere à qualidade humanística de cada acadêmico e à coesão de sua grei, em vez de tratar da óbvia virtude das atividades literárias.

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