UM PAÍS
DESCONTROLADO
Por Vicente
Alencar*
Nunca
pensei, em meus muitos anos de vida, que o meu país, o Brasil, o lugar onde
nasci e nasceram meus antepassados, chegasse à situação política a que chegou
neste 2014, depois dos problemas vividos em, pelo menos, 10 anos
anteriores.
O
Brasil vive um período de ilusão negativa – para a maioria da população – que
tem um nível de analfabetismo de 71 por cento, segundo os dados sérios já
divulgados, e não raciocina por si, mas pelas notícias maquiadas que são
divulgadas pela “imprensa marrom”, a qual, a exemplo do que ocorre em outros
países, atrapalha, e muito, a Democracia e o crescimento econômico. E, no Brasil, não é diferente. É
bem pior!
Em
todos os segmentos da Sociedade, seja no Nordeste, seja no Norte, seja no Sul
ou no Sudeste, sem esquecer o Centro-Oeste, tudo o que é de ruim existe e segue
nas vidas descontroladas, seja por terra, por água ou pelo ar.
Se as
pessoas pararem, um minutinho por dia, para pensar e não manter a cabeça,
apenas, para separar as orelhas, perceberá que estamos num país descontrolado!
Mais do que isso, desorganizado e totalmente maquiado para a grande maioria
dessa população de que falamos acima.
Podemos
desenvolver raciocínios, dos mais diversos, quando a população exprime a sua
insatisfação. Pelo menos 99 por cento dos políticos só pensam em reeleição. E,
quando não tratam desses assuntos, vivem as promessas normais, tão naturais,
desde aqueles conhecidos nos termos do Descobrimento (... ou achamento?),
quando os europeus que aqui chegavam ludibriavam nossos índios, com
espelhinhos, álcool e outras enganações – peças e artefatos que nossa gente
primitiva não conhecia. Os índios foram as primeiras vítimas deste país.
Depois, os negros. Hoje somos nós – a maioria dos brasileiros.
Um dos
grandes problemas que estamos atravessando hoje são os assaltos. Pela manhã, à
tarde, à noite, pela madrugada. Eles acontecem a toda hora, em qualquer lugar
do Brasil. Os noticiários pelas redes de TV aumentam a cada dia. Temos
Redes de TV falando a tarde inteira sobre os lamentáveis acontecimentos. São
bandidos assaltando agências bancárias, agências de correios, funerárias,
lojas, armazéns, postos de gasolina e até Universidades, como já aconteceu
aqui, em Fortaleza, na UECE (Universidade Estadual do Ceará) e na UVA
(Universidade Vale do Acaraú). Ambas Universidades Oficiais e pertencentes ao
Governo do Estado.
A Saúde
brasileira, há muito tempo na UTI, é um caos realmente. No Ceará, por exemplo,
são vários os casos de sarampo, uma doença tão fácil de ser erradicada. A
cada momento os pais procuram postos de saúde que, na verdade, não têm muito o
que fazer, por falta de condições de atendimento.
Além dos
episódios de sarampo, uma doença que atinge mais crianças e adolescentes, temos
o caso do jogador de futebol profissional, Tiago Cametá, paraense de nascimento
e, atualmente, atuando pelo Fortaleza Esporte Clube, como lateral direito.
Um caso concreto. O atleta foi vítima do surto de Catapora, o Departamento
Médico do clube o retirou de treinamentos, pelo prazo de 15 dias. Imagine uma
criança, de uma família sem recursos, com o pai ganhando o salário mínimo ou,
mesmo, desempregado, como será? Como vai ser o seu tratamento?
Falamos
de Fortaleza. E no Norte? No interior do Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia,
Tocantins, onde se verificaram, nos últimos anos, vários casos de febre
Amarela, que não se noticia? Coloca-se uma peneira sob o sol, para esconder o
problema. Onde estão os Programas de Saúde? Quem se responsabiliza por isso?
Quem responde por isso?
Nos
aeroportos brasileiros, para embarcar ou desembarcar, também não vai muito bem
o movimento. Em pesquisa divulgada, já agora, em fevereiro, mostrada em
programas jornalísticos noturnos de redes de TV, o aeroporto de Cumbica
(Guarulhos), em São Paulo, ficou com o pior rendimento, com 3.01%, seguido do
de congonhas, na Capital paulista, com 4,00%. O de Fortaleza, o oitavo pior
entre os 10 pesquisados.
O
melhor julgamento foi para Curitiba, com 4.12%. Em média os aeroportos estão
com 3.8%, o que é pouco. Foram levados em consideração os itens sensação
de segurança, limpeza, alimentação, chek
in (chequinho) e logística, de uma maneira geral. É mais um problema a ser
repensado.
Vamos
ficando por aqui. Não vamos falar, agora, em arrastões, metrôs com péssimo
funcionamento, transporte público abaixo de qualquer nível, escolas caríssimas,
outras escolas públicas com professores, funcionários mal remunerados e alunos
insatisfeitos.
Ninguém
é dono da Verdade, mas é interessante ver a verdade, que não cala e, como digo,
sempre dói no osso. Até quando prosseguirá esse estado de coisas? Só Deus poderia
responder!
*Vicente
Alentar
Jornalista e
Radialista
Titular da
Academia Cearense da Língua Portuguesa
Diretor de
Comunicação da Academia Cearense de Retórica
Membro
Honorário da ACLJ
Editor do Café Literário e do
Jornal ACADEMUS
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