sábado, 6 de outubro de 2012

RESENHA - DIRETO DA REDAÇÃO




O Direto da Redação, programa que vai ao ar de segunda a sexta pela TV Cidade, às 8:15 da manhã, apresentado pelos analistas sociais Alfredo Marques e Freitas Júnior, membros da ACLJ, entrevistou, na edição desta sexta-feira, dia 05 de outubro, o cientista político Arnaldo Santos, jornalista e sociólogo, com especialização em economia.

Os comentaristas iniciaram o primeiro bloco do programa registrando e lamentando a morte do advogado, escritor, poeta, professor e jornalista veterano cearense Lustosa da Costa, ocorrido em Brasília, neste último dia 3 de outubro, vítima de um câncer de pulmão.

Em seguida, Freitas Júnior indagou a Arnaldo Santos sua opinião sobre o toque de recolher, a partir das 22:00h, de terça-feira última, dia 3, até o final das eleições, decretado pelo juiz da Comarca do município cearense de Croatá, para prevenir violência entre as duas principais correntes políticas que disputam a prefeitura local.

Arnaldo avalia que esse evento é irrelevante, e que não configura arbitrariedade institucional, já que, tradicionalmente, nas 184 cidades do interior do Estado, as pessoas tomam-se de desmedida paixão eleitoral e os ânimos ficam muito acirrados realmente.

Alfredo Marques, com ironia e acerto, remata que a ordem judicial não terá nenhuma consequência maior, pois de fato não deve haver nada de importante para se fazer pelas ruas da pequena Croatá, depois das dez horas da noite – ao que Arnaldo acrescenta que se trata apenas de uma medida preventiva, adotada pelo juiz, que não representa nenhum grave atentado às liberdades democráticas.     

Freitas indaga a seguir ao entrevistado o que ele acha que aconteceu com o candidato Moroni Torgan, que, segundo as pesquisas de intenção de votos, entrou numa descendente  irreversível.

Segundo Arnaldo Santos, o cidadão, para além de sua mera condição de eleitor, desenvolveu uma cultura política apurada. A memória daquilo que determinado político representou no passado, que tecnicamente chamados “recol”, tem efeito de saída, mas vai perdendo força com o desenrolar da campanha, à medida que o eleitor não encontra nele as respostas esperadas. “A mim não me surpreende que os chamados candidatos da máquina tenham atingindo a posição atual nas pesquisas eleitorais”.

Alfredo Marques indaga se as pesquisas não seriam apenas um instrumento de marketing. Arnaldo diz que elas são um instrumento de marketing, mas são mais do que isso. Elas fazem uma projeção das tendências, com razoável grau de acerto. Os números refletem o sentimento da população no momento em que é consultada.

Freitas quer saber o que pensa o entrevistado sobre o efeito da mudança do símbolo e da cor característica do PC do B, no mau desempenho do candidato Inácio Arruda nestas eleições.

Arnaldo entende que candidatos não se fazem somente com nomes conhecidos e com símbolos de partidos. Seria preciso analisar muitas outras circunstâncias.

Alfredo Marques então pergunta se Inácio Arruda não deveria ter analisado melhor as suas condições eleitorais. Arnaldo entende que além da questão pessoal, uma candidatura também envolve uma missão partidária. Mesmo não se elegendo, Inácio e o seu partido tirarão proveitos políticos da campanha.

Na sequencia, Freiras Júnior refere ao sacrifício de Marcos Cals, a quem Tasso Jereissati apoiaria, mas que não entrou de maneira nenhuma na sua campanha.

“Eu isolaria para análise o candidato do Governador, como exemplo. Ambos são jovens, que despontam para formar uma nova liderança. E também concorre para o bom resultado a capacidade que têm os Ferreira Gomes de se articularem. Fizeram a maior coligação desta campanha” – opina o jornalista Arnaldo Santos.

Mas muita gente subestimou a capacidade política da Prefeita. Aliás, o candidato dela também representa o novo, no cenário político cearense – pontuou Alfredo Marques.

“E em caso de 2º turno, quais seriam as perspectivas para esses dois candidatos que estão à frente nas pesquisas” – indaga Freitas Júnior ao entrevistado.

“Será um resultado muito parelho” – responde Arnaldo Santos. “A menos que aconteça uma hecatombe”. “A última eleição no Ceará, disputada voto a voto, foi em 1998, entre Edson Silva e Ciro Gomes” – ele acrescenta.

Mas não é estranho que numa semana uma pesquisa apresente um resultado, e na outra semana outra pesquisa inverta os números! – reclama Alfredo Marques.

Arnaldo lembra que no 2º turno o tempo dos candidatos na televisão será igual, todas as atenções serão para eles, de modo que se daqui para lá não aparecer nenhum escândalo, Roberto Claudio terá melhores chances, pois o mandato do Governador, que o apoia, ainda tem dois anos, enquanto o mandato da Prefeita, que apoia Elmano, está terminando. Por outro lado, Elmano certamente trará Lula a Fortaleza. A sua eleição é importante para o partido, até com vistas a reeleição da Presidente Dilma, em 2014.

Freitas sonda ainda para qual candidato deverão migrar os votos de Moroni Torgan.

Acho mais fácil que os votos de Heitor Ferrer migrem para Roberto Cláudio. Se Moroni não estabeleceu uma relação mais orgânica com a cidade, não terá liderança sobre o seu eleitorado. Foi a resposta de Arnaldo.

Por fim, Alfredo indaga se não haveria possibilidade de sermos surpreendidos por uma reviravolta de última hora. Nenhuma possibilidade. O fenômeno Maria Luíza Fontenele, em 1986, aconteceu em outro contexto.  

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