quinta-feira, 25 de outubro de 2012

CRÔNICA


ARENA – UM INCENTIVO À VIOLÊNCIA

Gosto de futebol! Há muito tempo, desde criança, quando ainda não era cronista esportivo, atividade que iniciei aos 14 anos de idade. Uma criança, dirá você.

Pois bem, acompanhei o futebol nas décadas de 60 e 70, sem tanta violência – a não ser os lances normais dentro de campo, coisas da profissão entre atletas – ou mesmo, uma ou outra briguinha aqui e ali, bate boca entre torcedores.

Se algum dos nossos leitores se der trabalho de pesquisar, nas duas décadas, encontrará pouca coisa, pouquíssima a registrar, em se tratando de violência.

Os torcedores do Fortaleza e do Ceará; do Flamengo e do Fluminense; do Bahia e do Vitória; do Santa Cruz e do Sport; do Grêmio e do Internacional; do Atlético e do Curitiba; do CRB ou do CSA; do Sergipe e do Confiança; do River e do Flamengo; do Sampaio Correia e do Moto Clube; do América e do ABC, para citar, apenas, alguns clássicos, sempre seguirem para os estádios em paz, com tranquilidade e com amizade.

Hoje não, são verdadeiros inimigos. E, ainda, foram criados as indesejáveis torcidas organizadas, que não trabalham para o bem do futebol, mas, contrariamente provocaram o mal.


Agora, chegam os corneteiros do futebol, verdadeiros inocentes úteis, para chamar os estádios – os maiores, em milionárias reformas – de Arena.




Lamentavelmente, estamos voltando a mais de 2 mil anos passados. Estamos retornando ao tempo das lutas em locais fechados e especializados, caldeirões da violência, como por exemplo o Coliseu. Ali, onde matava-se tanta gente chamava-se de Arena.

Arena do Castelão, Arena do Maracanã, Arena não sei de onde é um passaporte à violência. Grande parte da crônica esportiva embarcou nesta canoa furada. Não se tem certeza de onde surgiu a denominação. Mas, sabemos que foi da mente suja de alguns dirigentes que, na contra mão da paz, desejam que os estádios se transformem em cemitérios, com a turba se matando a partir dali, seja qual seja o resultado do jogo que se dispute.

Autoridades do Ministério Público da Justiça Brasileira, bem que poderiam impedir estas denominações que levam apenas à violência, pois, a falta de conhecimento de quem colocou o “apelido” é grande, tenha sido quem for.

Se desejam transformar o futebol numa carnificina que continuem com esta denominação. Depois, vocês sentirão o problema dentro de suas casas, em suas famílias, em seu trabalho, em sua realidade. Arena não é sinônimo de bom futebol, é sinônimo de violência.


 








Por Vicente Alencar
(Da Academia Fortalezense de Letras)

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