O Direto da Redação, programa que vai ao ar de segunda a
sexta pela TV Cidade, às 8:15 da manhã, apresentado pelos analistas sociais
Alfredo Marques e Freitas Júnior, membros da ACLJ, entrevistou, na edição
desta quarta-feira, dia 03 de outubro, a professora e ativista Rosa da Fonseca,
a respeito do movimento político-ideológico encabeçado por ela e a ex-prefeita
Maria Luíza Fontenele, chamado Crítica Radical.
PINGA-FOGO
Os comentaristas iniciaram o primeiro bloco do programa, como de
hábito, pela seção Pinga-Fogo, comentando a proximidade das eleições, e o fim
da propaganda eleitoral, que consiste numa chateação institucional.
Parabenizaram à TV Cidade pelo debate que realizou entre oito
candidatos à Prefeitura de Fortaleza, na noite de segunda-feira, dia primeiro
de outubro, com a competente mediação do jornalista Ogg Ibrahim, da TV Record.
Alfredo Marques lamentou sem seguida que o Ceará figure com o
campeão nacional em políticos “fichas sujas”, com candidaturas impugnadas. Mas parabenizou
ao Ministério Público e à Justiça Eleitoral.
Freitas Júnior registrou o protesto de Geraldo Accioly,
Coordenador de Projetos Especiais da Prefeitura de Fortaleza, contra as últimas
invectivas de Ciro Gomes contra o candidato do PT ao Governo Municipal, Elmano
de Freitas, que segundo ele, seria “pau mandado” de Luizianne Lins. Alfredo notou que mesmo o Governador Cid Gomes
parece estar tendendo a adotar o estilo agressivo do irmão, nesta campanha.
Alfredo pontuou em seguida que “blogs de Fortaleza” denunciaram que
a vereadora Toinha Rocha, que sempre se portou como paladina da moralidade
administrativa na Câmara Municipal, seria funcionária da Assembleia Legislativa
há 20 anos, sem ter feito concurso e sem comparecer ao expediente.
Freitas Júnior, mais incisivo, revelou que a matéria sobre a
Toinha, que é filha do falecido radialista e deputado Paulino Rocha, foi
veiculada no blog do jornalista Roberto Moreira, do Diário do Nordeste, na data
de ontem, dia 02. E se indaga por que razão notícias que tais somente aparecem
no período eleitoral.
Roberto Moreira, membro da ACLJ, é um jornalista criterioso, que
na matéria manifesta a sua indignação, sentindo-se traído, por ter muitas vezes
elogiado a correta atuação da vereadora. As fontes é que se tornam mais atentas
aos políticos quando se aproximam as eleições.
ENTREVISTA
A professora Rosa da Fonseca, militante do movimento Crítica
Radial, veio ao programa anunicar o livro Projeto Alternativo, recentemente
lançado pelo grupo a que pertence, que apresenta a tese sociológica que
defende, obra está à venda na Rua João Gentil, nº 47, na Gentilândia.
Indagada por Alfredo Marques sobre a Comissão da Verdade,
instalada pelo Governo Federal para apurar os crimes contra os opositores do
regime militar, iniciado com a revolução de 1964, Rosa da Fonseca disse que essa
comissão não cumpre a sua função porque não visa a punição dos torturadores. A
anistia, ocorrida há 33 anos, não foi aquela pela qual ela havia lutado –
segundo avaliou, pois até hoje os torturadores não responderam por seus crimes.
No caso da guerrilha do Araguaia, disse que o próprio Major Sebastião
Curió, que chefiou a repressão, confessou a barbárie. A impunidade dá ensejo a
que novos crimes aconteçam – segundo entende a entrevistada.
Quanto à indenização concedida aos torturados, pelo Governo
Lula, disse Rosa que ela tira o foco da luta democrática, porque buscando
reparar aqueles crimes políticos, perdoa criminosos hediondos. Isso mancha a
sua tese ideológica. Sofrimento não tem preço, e portanto não pode ser
quantificado em moeda – é que pensa a professora.
Provocada por Alfredo Marques, Rosa defende que a comissão
deveria ser da verdade, da memória e da justiça – com encaminhamento dos
culpados ao Judiciário. “Constatar é importante, mas não é suficiente”. Rosa
diz que o cometimento de tortura contra jovens idealistas, que já estavam
presos, é algo de altíssima gravidade.
Freitas Júnior pontua que o caráter não punitivo da Comissão da
Verdade teria sido uma demonstração de força política dos militares.
Abordando a campanha movida pela Crítica Radical contra o voto,
consulta Freitas Júnior qual o sentido de defender a abstenção. “Não seria
melhor escolher um candidato?”
Rosa insistiu que não. Que melhor será não votar em ninguém,
pois todos os dez candidatos são vendedores de ilusões, porque não poderão
entregar o que prometem.
Alfredo Marques indagou se a entrevistada realmente considera
que votar seria referendar um embuste, porque todos os candidatos seriam mercadores
de utopias. A resposta foi contundente: “votar é um gesto de barbárie!”.
Rosa informou que vai haver um ato público promovido pela Crítica
Radical, na Praça do Ferreira, no próximo sábado, dia 06. Que entre outras
performances, os militantes do movimento vão entoar uma vaia aos políticos – ao
que Freitas emendou que os políticos, durante a campanha, já são vaiados todos
os dias.
Mas Freitas Júnior se posicionou pessoalmente contra à campanha do
não voto. “É preciso votar. Estando no inferno, vamos lidar com os demônios”. Rosa discorda, argumentando que cinquenta por cento do povo não quer votar – segundo recente
pesquisa do Diário do Nordeste.
Os entrevistadores, finalizando, mandaram abraços aos professores Maria Luíza Fontenele e Jorge Paiva, que são os outros mentores do movimento.
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