RESENHA - Reunião Virtual da ACLJ (16.08.2021)

 REUNIÃO VIRTUAL DA ACLJ
   (16.08.2021)

PARTICIPANTES

Estiveram reunidos na conferência virtual desta segunda-feira,  que teve duração de uma hora e meia, onze acadêmicos e um convidado especial. Compareceram ao grupo o Jornalista e Advogado Reginaldo Vasconcelos, o Bacharel em Direito e Especialista em Comércio Exterior Stênio Pimentel (Estado do Rio) e o Advogado Betoven Oliveira.

Estiveram presentes também o Agrônomo e Pesquisador Luiz Rego (Rio das Ostras-RJ), o Físico e Professor Wagner Coelho (Rio de Janeiro), o Marchand Sávio Queiroz Costa, o Jornalista Wilson Ibiapina (Brasília), o Advogado e Pesquisador Sionista Adriano Vasconcelos, o Bibliófilo José Augusto Bezerra, o Agente Comercial Internacional Dennis Vasconcelos, o Procurador Federal Edmar Santos e o Poeta Paulo Ximenes.  

 TEMA DE ABERTURA

O Presidente Reginaldo Vasconcelos abriu a reunião tratando da tragédia humanitária que representa a tomada do poder no Afeganistão pelos fundamentalistas do Talibã, fanáticos ideológicos que ameaçam o povo com os rigores das leis islâmicas, que não respeitam as liberdades públicas, de imprensa, de pensamento, de expressão. Que realizam julgamentos sumários por crimes não previstos na legislação penal dos países democráticos, e que condenam pessoas sem o devido processo legal.

Nesse momento inaugural do encontro, as tensões estão expressas nas fisionomias do convivas virtuais, diante da gravidade do tema e das preocupações com o derramamento de sangue que se prevê para os tempos bicudos por que passa a humanidade, que além de uma pandemia produzida originalmente na China, enfrenta entrechoques político-ideológicos que ameaçam os direitos humanos, em nações de tradições democráticas, sobre a influência e inspiração criminosa de ditaduras desumanas.     

PERFORMANCES ARTÍSTICO-LITERÁRIAS

Superado o assunto pesado do conflito no Oriente Médio, e sobre as demais dissenções ideológicas em torno do Planeta, entre sorrisos passou-se para as amenidades cultural. 

Wilson Ibiapina tratou de um texto que recebeu do jornalista cearense Gervásio de Paula relativo à coluna da escritora Ana Miranda, no Jornal O Povo.

Ela faz uma análise interessante sobre o poema "O Jaguaribe", de Demócrito Rocha, tentando desvendar as entrelinhas psicológicas das imagens poéticas que permeiam a célebre poesia.  "O Rio Jaguaribe é uma artéria aberta por onde corre e se perde o sangue do Ceará. O mar não se tinge de vermelho porque o sangue do Ceará é azul". 

Na sequência, Edmar Ribeiro trouxe o interessantíssimo livro "A História da Aviação no Ceará", dos jornalistas Ivonildo Lavor e Augusto Oliveira, cuja capa exibiu, e cujo texto teve excertos lidos por ele, suscitando diversos comentários dos convivas. 

Sávio  lembrou, por exemplo, que o seu avô Genésio Queiroz, pai do seu tio Edson, comerciante de açúcar, despachava o produto nos hidroaviões que pousavam na Barra do Ceará, na década de 40.

Reginaldo, por seu turno, narrou a história do jovem Edegildo Giordano, o Balalaica, que ao obter o brevê de aviador civil, no final da década de 30, início dos anos 40, foi fazer acrobacias sobre a casa da namorada, na Av. Dom Manuel, terminando por cair e morrer no quintal do seu avô, vizinho dela. 

Edmar citou Ada Rogato, primeira mulher piloto do Brasil devidamente brevetada, a qual esteve sozinha pilotando sobre Fortaleza, cidade que ela descreve em seus relatos de voo, assim como sobrevoou trechos da floresta Amazônica, feito de bravura intimorata.  

Depois Adriano, dentro da sua especialidade sionista, lembrou um soneto sem título do grande e saudoso poeta cearense Rogaciano Leite, o pai, em que ele narra o namoro entre um cristão e um judia, que abaixo reproduzimos.

 

Em seguida Paulo Ximenes contou a história de um dos poemas de seu livro "Doce Mar Selvagem", intitulado "Ilusão de Ótica". 

Os fatos são de quando ele chegou num casebre sertanejo, na sua faina de agrônomo funcionário de órgão público estadual, e encontrou livros, o que não é comum nas casas humildes brasileiras. 

Então Paulo abriu um dos livros, e no seu interior havia uma rosa ressecada, que não mais cheirava nem exibia as belas formas e cores originais — mas que representava a memória de uma velha paixão de quem a conservou.

  

Finalmente Reginaldo recitou três belíssimos poemas de bardos cearenses, publicados por Vicente Alencar em sua coluna, e com eles  grava um áudio que se reproduz abaixo. 

    DEDICATÓRIA 

A sessão virtual da ACLJ realizada nestas segunda-feira, dia 16 de agosto, foi dedicada ao Médico Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, o Dr. Cabeto, nosso querido confrade, que nesta semana deixa a Secretaria de Saúde do Estado do Ceará e volta para a nobre atividade profissional em que, a exemplo de seu saudoso pai, tornou-se um dos  nomes mais respeitados no Estado.  

Dr. Cabeto, que sucedeu na ACLJ ao seu tio e homônimo, o jurista Roberto Martins Rodrigues, certamente não foi feliz na ingrata função estatal que abraçou ao longo desta tenebrosa pandemia, retornando agora ao nobre status de cidadão comum, homem de bem, querido de todos na sociedade, cercado de seus verdadeiros amigos, sem as injunções tóxicas que caracterizam a política partidária e a administração pública, que contaminam as mais genuínas relações sociais e afetivas.  Seja bem-vindo de volta ao mundo real da cidadania verdadeira.  Seja bem-vindo de volta à nossa Confraria.