UM SONETO DE ESPERAR UM CLARO TOQUE
o polegar premendo, tenso, a tecla,
pois já faz doses que se faz de mudo
meu caro celular – moderno assecla.
Olho a tela de líquido cristal:
há mensagens, chamadas e perfil,
mas não me surge ali aquele tal
tão desejado número – febril.
Nove – nove – oito – sete... ninguém sabe,
mas no visor de um telefone cabe
a configuração de um desatino
Quando se põe, com a maior pureza,
nesse que vai calado sobre a mesa,
toda sei-lá-o-quê que não defino.
Poeta Virgílio Maia
Da Academia Cearense de Letras
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