quarta-feira, 8 de agosto de 2012

ARNALDO SANTOS EMPOLGANTE

O CARA


Só na segunda-feira assisti ao Questão de Ordem com o sociólogo Arnaldo Santos. Soberbo.

Sem dúvida, a melhor entrevista do Renato Abreu em todo o ano, e talvez a de melhor conteúdo desde que esse programa foi ao ar pela primeira vez, por ter tratado de um tema que diz respeito a uma obrigação que seria de todos nós, jornalistas, nunca abordada de modo tão real e com tanta propriedade.

Extrapolou conhecimentos de história e da política nacional, traduzindo um conteúdo de observação pouco comum na avaliação do Brasil de ontem e de hoje, para explicar, com dados convincentes, as desigualdades regionais que transformaram o Nordeste no patinho feio do País.

Demonstrou sem nenhum favor, que se constitui o melhor e mais percuciente observador da imprensa cearense, com capacidade de analisar com a profundidade e a erudição do saber, a importância do BNB para tornar viável uma região que detinha, em 1950, 1/3 da população nacional discriminada por dotações insignificantes do governo federal para a formação educacional dos seus habitantes.

Não foi só um relato factual do que ocorreu no País desde que Getúlio deu corpo a uma Nação concebida na igualdade de direitos, antes tangida por presidentes sem a mínima noção do que era governar um pacto federativo que exigia competência de estadista.

Arnaldo coroou a epopeia do romeiro do Padre Cícero que desembarcou na capital sem a pujança dos bem nascidos, trazendo do berço a coragem avantajada dos que queriam vencer.

Desafiou a lista de outros “santos” canonizados do jornalismo, que estagnaram no tempo, para se tornar, meritoriamente, alguém que soube crescer na admiração e no respeito dos cearenses, diferenciado pela virtude do nordestino que plantou com perseverança e humildade, para colher o fruto do seu esforço pessoal.




Por Fernando Maia
Jornal O Estado – 08.08.2012


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