FREUD NÃO EXPLICA
Humberto Ellery*
Afinal, o que querem as mulheres? (Sigmund Freud)
Hoje, dia 8 de março, comemoramos o Dia Internacional da Mulher. Viva!
Começo lembrando que Freud, o Pai da Psicanálise, o primeiro gênio a perscrutar a alma humana em bases científicas, teve uma paciente de apenas 15 anos, Ida Bauer, que estava acometida de acessos de tosse e dificuldades de falar.
Em plena Viena do século XIX, o Psicanalista diagnosticou que o nervosismo e a afasia da jovem eram fruto do desejo sexual inconsciente da moçoila, por um amigo da família que a assediava, e a incapacidade do pai em protegê-la.
Inconformada, por não admitir que estava vivenciando um claro processo histérico, Ida rejeitou a interpretação de Freud e abandonou o tratamento. Posteriormente Ida enfrentou o próprio pai, o que levou ao desaparecimento dos sintomas.
O Pai da Psicanálise formulou então a famosa pergunta, até hoje sem resposta: “Afinal, o que querem as mulheres?”. Olha, Freud, eu sei, mas não digo!
Outro grande pensador, Arthur Schopenhauer, afirmou uma estupidez respondida por ele próprio: “A mulher é um ser de cabelos longos e ideias curtas”. Ora, ele mesmo desqualificou a estupidez ao afirmar: “Todas as pessoas tomam os limites do próprio campo de visão pelos limites do mundo”.
E é verdade, ele tomou os limites do seu campo de visão pelos limites do mundo. É muito provável que as mulheres de sua vida, de seu campo de visão, tenham sido mulheres de ideias curtas. É, seu Arthur, viver dói! É dele a frase: “Quem deseja sofre; quem vive deseja; viver dói”.
Mais condenável é a afirmação de Friedrich Nietzsche: “A mulher é considerada profunda, por quê? Porque nela jamais se chega ao fundo; a mulher nem sequer é superficial”.
Olha aqui, meu caro Nietzsche, quando você disse que “Deus está morto” eu defendi seu postulado, percebi que na sua A Gaia Ciência você criou uma metáfora interessante, quando colocou a frase na boca de um louco gritando num mercado (Mas isso é assunto para um ensaio, talvez até um workshop, não para um artigo despretensioso como este).
Perdoo essa sua indefensável misoginia porque ela não se coaduna com sua filosofia, cujos aspectos principais são voltados para a Liberdade absoluta, a ruptura com valores pré-estabelecidos e o abandono de todos os preconceitos.
Mas eu hoje quero falar de Mulheres e de Amor, e as mães simbolizam para mim essas duas maravilhas. A minha irmã Angélica (juntamente com meus outros irmãos) costumava dizer que eu era o “queridinho da mamãe”, o filho favorito. Nunca aceitei isso porque o amor de minha mãe era infinito, em seu coração cabíamos todos nós, indistintamente.
Eu apenas era mais matreiro, sabia escolher o momento certo para lhe pedir o que eu queria, que nunca me era negado, além de adotar uma política de convivência absolutamente “puxassaquista”. Até hoje procuro ser agradável, galanteador, amorável, sou, na verdade, o que o Odorico Paraguaçu chama “puxassaquista militante”.
Nunca tive a preocupação de esconder meu amor, escamotear meus sentimentos, nunca segui a recomendação de disfarçar meu amor para que a pessoa amada não se sinta tão segura de si e passe a espezinhar-me. Nunca. Mesmo porque a quantidade de Amor que carrego comigo é tanta, que tenho a impressão que se resolvesse guardá-lo todo dentro de mim eu morreria sufocado.
Já me aconteceu de uma namorada me perguntar se eu a amava mesmo, de verdade. Fiquei bem sério e respondi peremptório: “Não”. Ela me olhou desconsolada, com um meio sorriso sem graça em seu rosto. Deixei passarem alguns segundos e completei: “O que eu sinto por você não é mais amor, está em um patamar mais elevado. Eu sou mesmo é louco por você”. Ela me abraçou e se derreteu toda (era o que eu queria).
Mas, afinal, o que querem as mulheres? Não pensem vocês que basta as tratarem como rainhas. Isso qualquer escravo sabe fazer. O importante é fazerem-nas se sentirem como Rainhas.
Entendeu, Freud?
Mulheres da minha vida: Beijo-lhes as mãos.
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