segunda-feira, 22 de março de 2021

ARTIGO - Relacionamento Humano (PN)

 RELACIONAMENTO
HUMANO
Pierre Nadie*

 

Se nós somos responsáveis por quem cativamos, somos, antes, responsáveis, quando nos deixamos cativar. Fazer-se cativo. De quê? De quem? 

A palavra deriva de “captivare”, passando por “captare” e fala-nos de agarrar, seduzir, enamorar-se, ganhar afeto, cuidado e confiança. 

A primeira lição, que a gente deve aprender, é enamorar-se de si mesmo, ou seja, ganhar autoafeto, ter confiança em si: ser cativo de sua existência. Há uma implicância básica nisso tudo – o sentido de sua existência e a razão de sua vivência. 

A gente é, acima de tudo, um traço de união de cada um consigo mesmo. Amo-me, odeio-me ou faço-me indiferente. Benesses e sequelas Secundam esse modus ambulandi de cada pessoa. 

Muitas vezes, nos maltratamos tanto, porque falhamos em nos cativar a nós mesmos. 

Saber cativar-se é, pois, postar-se responsável de sua vida, senhor de seus sonhos e decididor autóctone de suas incursões.

Da maneira e da intensidade como eu me assumo no tabuleiro de minha vida, com esta percepção, vem-me o desejo de cativar e desperta-me a disposição de ser cativado. 

Cativar agora envolve a alteridade e seus laços de seduzir podem inda ser nós de amarrar com garras que agarram. Cativar tem o DNA do cativante e sua responsabilidade salpica também o cativando. 

Cativar faz-se estupendo e, esplendida e profundamente, humano, quando brota da alma, quando procede do caráter para tocar sentimentos, emoções, numa harmonia que une sem amarrar, que agarra sem destruir, que compõe sem destoar. 

Há-os também que se deixam cativar, em suas diversas e até mesmo malfadadas insinuações: sorriso alegre, olhar malicioso, abraço terno,  desejo espúrio, sentimento sincero, emoção ardilosa, palavra proba, coração aldrabão. 

No cativar e deixar-se cativar, navega-se num oceano de relacionamentos e de amizades, onde imprevisibilidade do mar desafia prudência do timoneiro e miragens podem indicar surpresas desagradáveis. 

Enfim, há quem cativa para sacrificar. Há-os que o fazem por amor. Estes são felizes seres humanizados de amor, paz e sinceridade. 

Humanidade que corre nas veias e artérias, gerando confiança e fidelidade.

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