VERGONHOSO
Cássio Borges*
Fiquei
profundamente decepcionado quando soube que numa Audiência Pública no Senado
Federal, realizada esta semana, na presença de eminentes personagens ligadas à
questão dos recursos hídricos do Nordeste e de São Paulo (inclusive o atual
Governador), o Diretor Geral do DNOCS, Walter Gomes de Souza, teve o desplante de dizer que ele tinha
aprendido com os técnicos de São Paulo o termo "volume morto".
Ora, este termo existe no vocabulário do DNOCS desde o tempo que ele foi criado, em 1909. Está em todas as suas publicações, nos seus 105 ano de existência. É lamentável que DNOCS seja tão mal representado tecnicamente em Fórum dessa natureza, pelo que se justifica a sua atual situação de desapreço e abandono na comunidade técnica nordestina e brasileira.
Em
últimas palavras, fatos como este dão uma cabal demonstração de incapacidade
técnica dos que atualmente estão conduzindo a questão dos recursos hídricos no
Ceará (a sede do DNOCS é em Fortaleza) e no Nordeste. Vejo isto com
profunda decepção e tristeza.
Outras heresias
foram ditas naquela ocasião, como a velha história de mudar o nome do
DNOCS de Departamento Nacional de Obras Contra as Secas para Departamento
Nacional de Convivência com as Secas. Coisa de quem não tem e nem
sabe o que dizer. Seria uma mudança estúpida e desnecessária, até porque
isto não pode alterar em coisíssima alguma as ações daquele valorosa Altarquia,
de inestimáveis serviços prestados à nossa Região.
Acho que esta inusitada e
inconsequente sugestão partiu, faz algum tempo, de algum paulista
interessado em desmoralizar o Órgão, a partir do seu nome. Já escrevi um artigo
sobre isto e citei o caso do “United States Bureau of Reclamation”,
entidade americana de supervisão de recursos hídricos, a mais respeitada em
todo o mundo, cujo nome não tem nenhuma relação com o que ele realmente faz,
mas nunca se cogitou em alterar. É com diz o Boris Casoy: "Isso é uma
vergonha!".
P.S.
- Na referida Audiência se discutia "A Crise de Água e Saneamento"
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