MOMENTO LITERÁRIO
O poeta Luciano Maia, Cadeira
nº 23 da Academia Cearense de Letras e Cadeira nº 8 da ACLJ, acaba de publicar,
pela editora Expressão, uma segunda
edição da coletânea Do Mar Ao Rio, com 182 poemas de sua autoria, dentre eles o "Soneto da Marrã Extraviada", que nesta edição ele dedica ao confrade Reginaldo
Vasconcelos.
Publicado em livro no
final da década de 70, ou início dos anos 80 do século passado, esse poema
encantou sobremaneira o então articulista do extinto jornal Tribuna do Ceará,
que o comentou em sua coluna.
Naquela oportunidade, a coluna exaltou a beleza telúrica do soneto, que revela com muita propriedade a poética do sertão cearense, o mesmo em
que têm suas raízes líricas tanto o poeta quanto o jornalista.
SONETO DA MARRÃ EXTRAVIADA
a Reginado Vasconcelos
O sol reparte a cor da tarde acesa
Sobre a folhagem que morreu à míngua.
Uma marrã de ovelha bale, presa
Aos garranchos revoltos da caatinga.
Dos cumarus emigram labaredas
Nas cascas eriçadas pela brisa.
E as espectrais e lúgubres veredas
Pé algum de extravio já não pisa.
Pelas ermas e mudas cercanias
A súplica somente, rouca e vã
Que ouvido não escuta após três dias
A tristeza da estrela da manhã
Antes do sol do abutre, prenuncia
A malsinada sorte da marrã.
Luciano Maia
Na foto, na
sexta-feira 28 de fevereiro passado, Luciano passa um exemplar de seu novo
livro a Reginaldo, devidamente autografado, no restaurante do Ideal Clube.
Testemunha o momento
literário o russo Dmitry Sidorenko, interprete oficial da Embaixada no Brasil
na Rússia e futuro Cônsul do Brasil em São Petersburgo, que é Membro Honorário
da ACLJ, e que faz sua visita anual a Fortaleza.
LE MOULIN DE LA GALETTE |
Luciano dedica outro
poema da mesma obra ao Chanceler Airton Queiroz, "Le Moulin de la Galette, de Auguste Renoir", em razão da
referência que esse soneto faz a uma obra famosa do grande pintor francês – e sabe-se
que Airton é grande admirador das artes plásticas. O Chanceler é Membro
Benemérito eleito da ACLJ, com posse marcada para o dia 04 de maio.
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