O Direto da Redação, programa que vai ao ar de segunda a
sexta pela TV Cidade, às 8:15 da manhã, apresentado pelos analistas sociais
Alfredo Marques e Freitas Júnior, membros da ACLJ, na edição desta quinta-feira,
dia 01 de novembro, ausente o primeiro jornalista por motivo de viagem, entrevistou
o jornalista carioca Paulo Henrique Amorim, apresentador da Rede Record de
Televisão.
SESSÃO PINGA-FOGO
Freitas Júnior iniciou o primeiro bloco do programa registrando
que o candidato do PT derrotado à Prefeitura de Fortaleza nas última eleições,
Elmano de Freitas, convocou coletiva de imprensa para declarar que está
reunindo provas de compra de votos por parte do seu adversário. Com isso
pretende que a Justiça Eleitoral reverta o resultado do pleito.
“É o jus esperneandi dos
perdedores, que até nos concursos de miss se observa” – diz Freitas Júnior. “Caberia
ao PT reconhecer a derrota, com toda a dignidade, desejar boa sorte ao vencedor
Roberto Cláudio, e se preparar para fiscalizar sua gestão”.
De fato, ainda que demonstre um ou outro deslize eleitoral
cometido por militantes do partido adversário, isso certamente não terá
potencial para que Elmano consiga anular o resultado das eleições. Essa irresignação é ridícula e melancólica.
Melhor faz a Prefeita Luizianne Lins, a qual declara que vai
trabalhar até o último dia de seu mandato, sem dar férias a nenhum dos
secretários, e que vai ficar de olho em cada centavo dos recursos prefeiturais
que serão repassados ao novo gestor.
ENTREVISTA
Paulo Cesar Amorim, notório simpatizante do PT e crítico ferrenho
da Rede Globo, fez questão de iniciar a entrevista com o seu bordão
tradicional: “Olá! Tudo bem?”. Segundo ele, aprendeu com o seu ex-chefe José Bonifácio
de Oliveira Sobrinho, o Boni, que “televisão é bordão”.
Perguntado sobre o motivo de estar em Fortaleza, Amorim
respondeu que ninguém precisa de uma razão especial para visitar esta cidade.
Louvou o clima, as praias, a culinária, citando o restaurante do Faustino, onde
se delicia com frutos do mar e com sorvete de rapadura.
Quis evitar emitir opinião sobre as eleições em Fortaleza, mas
se saiu com um elogio ao PSB “um partido em franca ascensão, que tem dois jovens
valorosos como o cearense Cid Gomes e o pernambucano Eduardo Campos, e que
persegue a meta de reduzir a pobreza”.
Sobre São Paulo, Amorim disse que a cidade em que vive deu uma
grande demonstração de competência política – não porque elegeu um poste, pois
Fernando Addad, segundo ele, é um grande administrador.
Provocado pelo entrevistador, Paulo Henrique Amorim minimizou as
falhas da administração de Addad no Ministério da Educação, e justificou a
derrota do PT em Fortaleza dizendo que Luizianne Lins pertence a uma ala
minoritária do partido. Ademais, segundo entende, “o eleitor não quer saber a
que partido pertence quem encanou a rua”, para significar que o importante é a eficiência
administrativa das pessoas.
Quanto à possibilidade de uma chapa formada por Eduardo Campos e
Aécio Neves à Presidência da República, para a sucessão da Presidente Dilma,
Amorim exemplificou com as palavras do falecido José Alencar, então vice-presidente
da República.
Amorim teria comentado com Alencar, ao entrevistá-lo na saída do
hospital, após uma de suas muitas internações, que ele e o Presidente Lula faziam
uma dupla perfeita, que se comunicava em silêncio, como se fossem Pelé e
Coutinho, na seleção brasileira de 1959. Então, segundo Amorim, José Alencar
obtemperou: “Mas é preciso definir quem é o Pelé, e quem é o Coutinho”.
Do mesmo modo, entende Amorim que é preciso definir quem seria
Pelé, e quem seria Coutinho, entre Eduardo Campos e Aécio Neves. Nenhum deles
vai aceitar ser vice do outro, e por isso jamais poderão compor uma mesma
chapa.
Consultado sobre o controle da mídia, defendido pelo petista
cearense José Guimarães, Paulo Henrique Amorim defendeu a tese de que “controle
da mídia” não significa censura jornalística. Exemplificou, lembrando que a
maior democracia do mundo, os EUA, impõe limites à expansão empresarial dos
grupos jornalísticos. Segundo ele, a Rede Globo não poderia existir naquele
país. É um absurdo que a cada dois reais investidos nesse setor, no Brasil,
trinta e cinco centavos sejam de uma mesma família – a família Marinho. “Por
isso, todo mundo tem medo da Globo”.
“Você tem medo da Globo?” – perguntou então e entrevistador. “Eu
não!” – foi a resposta enfática. “Pergunte por que eu saí da Globo? – provocou Amorim.
“Eu saí da Globo para ganhar o dobro. E não voltaria nem para ganhar o dobro”.
Freitas Júnior indagou então se a expressão “Partido da Imprensa
Golpista”, com a sigla “PIG”, havia sido criada por ele. Amorim respondeu que o
pai da criança seria o deputado do PT de Pernambuco, Fernando Ferro, e que ele seria
apenas o pai adotivo. Diz que esse partido não seria apenas contra os governos
do PT, mas contra qualquer partido que esteja no poder.
Finalizou a entrevista dizendo que a Presidente Dilma está muito
bem avaliada nas pesquisas – e embora ele não acredite muito no IBOPE, acredita que ela esteja mesmo fazendo
uma boa gestão. Freitas quis saber então por que razão ela ainda não encaminhou
esse projeto de controle da mídia, defendido pelo PT. “Porque o Ministro das
Comunicações (Paulo Bernardo) dorme muito. Tanto que o têm chamado de Paulo
Hibernando”.
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