O Direto da Redação, programa que vai ao ar de segunda a
sexta pela TV Cidade, às 8:15 da manhã, apresentado pelos analistas sociais
Alfredo Marques e Freitas Júnior, membros da ACLJ, na edição desta sexta-feira,
dia 02 de novembro, ausente o primeiro jornalista por motivo de viagem, entrevistou
o arquiteto e urbanista Jaime Leitão, sobre os novos rumos da Prefeitura de
Fortaleza.
SESSÃO PINGA-FOGO
Freitas Júnior iniciou o primeiro bloco do programa registrando
que o prefeito eleito de Fortaleza, Roberto Cláudio, somente em dezembro
anunciará sua equipe de governo. Espera que a Prefeita Luizianne Lins se
disponha a iniciar a transição.
“Mas, se a coligação perdedora ainda sequer admitiu a derrota,
será difícil fazer a transição” – considera ele. “Tudo indica que neste momento
o PT está enfrentando uma grave crise de identidade. Luizianne Lins corre o
risco de ser desbancada da Presidência do PT local, como aconteceu recentemente
com Sérgio Novais, defenestrado da Presidência do PSB, de forma democrática, mas por influência
do Governador Cid Gomes".
ENTREVISTA
Freitas Júnior abre a entrevista indagando ao arquiteto Jaime
Leitão sobre quais seriam os maiores desafios urbanísticos que o novo prefeito
vai enfrentar.
“Todos fazemos votos de que a cidade tenha uma boa recuperação” –
respondeu ele. “A cidade está muito maltratada, pagando o preço pela extinção
do IPLAN, pelo prefeito Juraci Magalhães, que administrava sem planejamento
científico. A indústria automobilística nacional tem batido recordes de
produção, e a malha urbana das cidades não tem condição de suportar essa
demanda”.
“Você acredita na solução do rodízio de placas?” – pergunta Freitas
Júnior. “Não funcionou em São Paulo, onde somente serviu para aquecer as vendas
de automóveis. As pessoas de classe média passaram a comprar um segundo carro
com placas de terminação diferente, e continuaram a circular. É preciso uma
maneira eficiente de constranger o uso do carro individual. Além disso, tirar
os carros de cima das calçadas, que devem se tornar passeios largos, que
facilitem caminhar. É preciso ter vontade política para isso”.
“O que você diz do mobiliário urbano de Fortaleza?” – indaga o
entrevistador. Jaime Leitão aponta descaso com as praças, a falta de banheiros
públicos, a ausência de arborização dos logradouros. “A Prefeitura precisaria
de um eficiente escritório de planejamento e de um competente órgão para fiscalizar a
arrecadação, como fez Jaime Lerner, em Curitiba”.
O urbanista aponta o descalabro que é a Av. Washington Soares, destituída
de verde público, e enfeada por outdoors. Ele nota que a Unifor, com seus
jardins e canteiros, é como um oásis, pois todo o resto daquela avenida é um
deserto.
O entrevistado referiu ainda à titulação irregular dos terrenos
destinados a praças públicas, e cita o problema do Campo do América: “Qualquer
prefeito com um mínimo de sensibilidade teria resolvido aquilo, que continua
sendo um areal, no centro da Aldeota.”
Jaime Leitão ainda lamentou o esvaziamento da Praia de
Iracema, que foi o nascedouro da cidade. Segundo ele, perdeu-se a grande
oportunidade de fazer o Centro de Eventos, não na Washington Soares, mas no
Porto da Draga, vizinho ao futuro aquário marinho, como ocorre em Lisboa. Diz
ele que ainda resta a solução de construir ali um segundo centro de convenções.
Sobre o projeto de revitalização da Beira-Mar, ele diz que o
conhece e que o considera muito bom. Ressente-se apenas da falta da previsão de
grandes estacionamentos naquela área.
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