segunda-feira, 12 de novembro de 2012

RESENHA - DIRETO DA REDAÇÃO





 O Direto da Redação, programa que vai ao ar de segunda a sexta pela TV Cidade, às 8:15 da manhã, apresentado pelos analistas sociais Alfredo Marques e Freitas Júnior, membros da ACLJ, na edição desta terça-feira, dia 09 de novembro, abordaram temas mais atuais do noticiário cearense e mundial, e entrevistaram a psicopedagoga Magui Guimarães, sobre o evento promovido entre os dias 09 e 11 deste mês de novembro, no novo Centro de Eventos de Fortaleza, a 5ª Conferência de Felicidade Interna Bruta, um novo conceito com a sigla FIB, em oposição ao PIB, o Produto Interno Bruto, que é o grande parâmetro de crescimento econômico dos países, ainda tido como o índice supremo de bem-estar da sociedade.


PINGA-FOGO

Os comentaristas iniciaram o programa tratando do salário dos Juízes Federais brasileiros, que se mobilizam por melhor remuneração. Alfredo Marques lembrou  que os proventos desses magistrados estão acima do que ganham seus colegas norte-americanos, mas Freitas Júnior pontuou que o chamado “custo-Brasil” representa uma grande desvantagem. De fato, para ter o mesmo padrão de vida que têm os americanos, um brasileiro precisaria ganhar mais.

Na sequencia, Freitas registrou que o Deputado Heitor Ferrer voltou à tribuna da Assembleia para denunciar que o “esquema” dos empréstimos compulsórios continua, sob os auspícios do Governo do Estado, promovendo o enriquecimento de empresas particulares, em detrimento do funcionalismo público estadual.

Alfredo Marques concorda que o mesmo grupo de protegidos continua cometendo usura sobre empréstimos consignados pelos funcionários estaduais, o que representa uma mancha no bom conceito do Governo Cid Gomes. O Governador, a princípio disse que desconhecia o “esquema”, e ao que parece continua desconhecendo, pois depois de todo o escândalo ele ainda o está mantendo.

O tema seguinte, trazido por Freitas Júnior, foi o sequestro dos passaportes dos condenados no julgamento do mensalão, medida determinada pelo relator do processo, o Ministro Joaquim Barbosa. Com sua costumeira ironia Alfredo Marques pontuou entre risos que essa providência vai prejudicar o “pessoal”, que certamente já estava com passagens marcadas para passar o réveillon no exterior.


ENTREVISTA

Perguntada sobre em que consiste a expressão “Felicidade Interna Bruta”, a psicopedagoga Magui Guimarães esclareceu que se trata de um novo índice anual, já reconhecido pela ONU, o qual visa medir o grau de bem-estar da sociedade.

Magui relata que em 1972 se verificou que o Butão, um pequeno país situado entre a Índia e a China, tinha o menor PIB do mundo, entretanto registrava os melhores índices sociais no tocante à paz pública e ao grau de satisfação pessoal dos indivíduos.

Alfredo Marques indagou então de que maneira um país milenar, espremido entre duas grandes potências, pode ter um povo tão feliz.

A entrevistada revela que os butaneses confiam nos seus governantes, e vivem cantando e dançando em praça pública. “As crianças não estudam para acumular informações, mas visando atingir o pleno sentido das artes” – diz Magui. Ela narra que indagou a um butanês como eles conseguem tempo para cultivar o hábito de contemplar as plantas, e ele respondeu que eles conversam com elas, quando as estão observando.

Exemplificou a entrevistada que enquanto os Estados Unidos triplicavam o PIB nacional, nesse mesmo espaço de tempo a felicidade do povo decrescia: divórcios, assassinatos, depressão, suicídios, crescimento da população carcerária... “Isso porque nós não temos apenas necessidades físicas, mas também metafísicas” – disse ela.

Freitas Júnior indagou então se esses fatores da FIB não dependeriam principalmente do Estado. Magui redarguiu que não se deve terceirizar a culpa, pois se a felicidade depender somente de fatores externos ela se torna inatingível. Que os fatores íntimos são decisivos.

“Mas a FIB não depende também das necessidades de consumo?” – quis saber Alfredo Marques. Diz Magui que não. Que na verdade não se quer opor a FIB ao PIB. De todo modo, afirma já existem economistas realizando altos estudos sobre a melhor maneira de desacelerar a economia.

Freitas Júnior perguntou se já existe um ranking mundial em relação à FIB, e Magui disse que não. Mas logo isso será possível, até porque esse índice já foi reconhecido pela ONU.




NOTA DO RESENHISTA

A 5ª Conferência Internacional sobre a Felicidade Interna Bruta ocorreu em Fortaleza durante o último fim de semana, no Centro de Eventos de Fortaleza, dentro da programação da X Bienal do Livro. Dentre os palestrantes esteve o presidente do Centro de Estudos do Butão, Dasha Karma Ura.

O tema da felicidade coletiva foi levantado pela primeira vez nos anos 70, por pesquisadores  da Dinarmaca que estudaram o comportamento dos povos pigmeus africanos, que, ao travarem contato com a civilização, consideraram o rádio portátil e o avião sintomas de infelicidade dos países desenvolvidos. Dizem os felizes liliputianos que não precisam de uma caixinha sonora, pois preferem produzir sua própria música, e que estão felizes onde vivem, de modo que não vêm utilidade em uma máquina que os transporte a outros lugares.

Reginaldo Vasconcelos
O livro virtual “Euthymia, a Felicidade Essencial”, do acadêmico e resenhista Reginaldo Vasconcelos, que tem link na coluna lateral deste blog, aborda exatamente esse tema do contentamento íntimo, que agora atinge a preocupação de sociólogos e de economistas que estudam o bem estar da coletividade, com influência do Concerto das Nações.




Vide: www.contrapontofortaleza.blogspot.com.br

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