quarta-feira, 21 de novembro de 2012

RESENHA - DIRETO DA REDAÇÃO




O Direto da Redação, programa que vai ao ar de segunda a sexta pela TV Cidade, às 8:15 da manhã, apresentado pelos analistas sociais Alfredo Marques e Freitas Júnior, membros da ACLJ, na edição desta quarta-feira, dia 21 de novembro, entrevistaram o Procurador da República Alessander Sales sobre a ação civil pública que ele acaba de aforar, contra a Agencia Nacional de Energia Elétrica – ANAEEL, reclamando a devolução de valores cobrados irregularmente aos consumidores brasileiros.

Alfredo Marque indagou ao entrevistado sobre o tema que versa a ação civil pública que o Ministério Público Federal está iniciando contra a ANAEEL.

O Procurador Federal esclareceu que foram cobrados valores a mais nas contas de energia, em todo o País, em virtude da aplicação de uma metodologia inadequada na recomposição da tarifa, segundo os argumentos da ANAEEL, e a ação visa corrigir esse erro do passado.

Freitas Júnior perguntou se a agência não dispunha de técnicos com a necessária qualificação profissional para constatar o erro antes da cobrança equivocada – ao que Alfredo Marques complementou que a Presidente Dilma Rousseff deveria mandar demitir toda a equipe.

Alessander reconhece que o erro foi realmente gritante, e que o empenho prioritário do Ministério Público é fazer esse dinheiro ser devolvido, preferivelmente à vista e na sua totalidade. Diz que a ANAEEL quer devolver os valores de forma parcelada, mas o Ministério Público não concorda. Partimos do pré-suposto de que a dívida é confessada. A controvérsia está apenas na forma de pagamento.

Alfredo insistiu na dúvida sobre como um erro dessa dimensão aconteceu, e se houve apuração de eventual má-fé, tendo em vista que esse tipo de coisa nunca acontece contra os interesses das grandes companhias.

“A bem da verdade, o erro foi detectado de ofício” – pontuou Alessander Sales. A própria ANAEEL teria provocado audiência pública, que produziu uma nota técnica, mas considerando a possibilidade da devolução parcelada dos valores cobrados a mais. Mas o Ministério Público quer que esses valores sejam individualizados e preferivelmente devolvidos em dinheiro – ou no máximo deduzidos nas futuras contas de energia.

Alfredo perguntou qual o argumento da ANAEEL contra o sistema de descontos nas contas futuras. Segundo Alessander, a agência alega que ao terminarem os descontos, o público iria estranhar o retorno do pagamento da tarifa normal. "Mas essa alegação não nos convence".

Alfredo quis saber ainda como a ANAEEL justifica a sua falha. O entrevistado respondeu que ela alega que teria havido um erro na utilização da metodologia, em função de demora na apuração e fixação dos índices a serem utilizados. Essa é a explicação técnica, e nós ainda não encontramos indícios de má-fé.

Na sequência, Freitas Júnior pediu detalhes sobre o andamento do processo. Alessander Sales esclareceu que  ingressou com a Ação Civil Pública na semana passada, "e nós estamos esperando a distribuição".

“Não há controvérsia quanto à dívida, nem sabre o valor devido, mas apenas sobre a maneira de pagar” – reiterou o Procurador. “Não há nenhuma razão jurídica para  que o dinheiro não seja devolvido à vista”.

“Mas há muita permissividade nisso tudo, pois até a Presidente Dilma andou anunciando durante a campanha que iria haver desconto na conta de energia, sem acrescentar que isso seria apenas a devolução do que foi pago a mais pelas pessoas” – pontuou Alfredo Marques.

Alessander Sales comentou então que “é preciso acompanhar o processo desde o início, para evitar manipulações. Tenho condições de afirmar que já há procedimentos que visam evitar distorções desse tipo”.

Freitas fez então a declaração bem-humorada de que faz questão de receber à vista o dinheiro que a ANAEEL lhe está devendo, e a propósito disso Alessander informou que já há ações individuais contra a ANAEEL tramitando, cobrando valores obtidos por perícias independentes – geralmente de empresas.

Disse ainda que as famílias e as pessoas físicas têm direito a essa devolução, mas que para os consumidores industriais o custo da energia elétrica tem grande peso na produção, de modo que um negócio pode ser inviabilizado e empresas podem até quebrar, em função do preço da tarifa elétrica.

Finalmente os entrevistadores agradeceram à honra da presença do Dr. Alessander Sales ao Direto da Redação, colhendo dele o compromisso de voltar, quando houver novidade relevante no processo. Alfredo Marques frisou a bravura moral daquele Procurador Federal, que é dos mais combativos na defesa da sociedade.

O resenhista, Reginaldo Vasconceloscomo ex-aluno do entrevistado na cadeira de Direito Ambiental, matéria sobre a qual Dr. Alessander Sales é uma das maiores autoridades no Estado, se associa às referências elogiosas a ele feitas pelos confrades Freitas Júnior e Alfredo Marques, nesta edição do Direto da Redação.



  

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