segunda-feira, 17 de julho de 2023

CRÔNICA - Um Pouco de História (LJ)

 Em tempo de política,
um pouco de História.
Lineu Jucá*

 

Um colega do plantão médico se dizia muito amigo do candidato Moroni Bing Torgan à Prefeitura do Fortaleza, naquele ano 2000. Então eu pedi para falar na campanha sobre saúde, pois diziam coisas absurdas a respeito. 

Ora, na semana seguinte estava eu explicando e discutindo com os candidatos do partido. Estava presente o Padre Zé Linhares, então presidente da Federação das Santas Casas, e achou muito interessantes os dados que informei. Foi então pedido para eu me filiar: “eu quero política médica e não partidária”, respondi. Mas, afinal, para não ser grosseiro com o colega Marcondes, eu assinei a filiação. 

O Dr. Moroni perdeu, e, sem cargo, foi pela sua Igreja evangelizar em Portugal. 

Quatro anos depois ele me ligou de Portugal, que tinha pesquisa favorável e entraria outra vez; então eu lhe disse que ele poderia contar comigo. Ele respondeu que eu seria era o seu Vice. Questionei que minha mulher não deixaria, mas ele “fincou pé”. 

Aqui pra nós, levei dias para dizer à Agnela. Ele me prestigiou ao máximo, e nas entrevistas: “de saúde quem sabe é o Dr. Lineu”. 

Devo a ele esta atenção (atenção não se paga, devemos sempre), e – garanto – ele é íntegro e honesto. Isso eu confirmei em todo esse período que convivemos. 

Assim aprendi quão difícil é a política partidária; teríamos feito um grande governo!

 

COMENTÁRIO:

Quando o Moroni assumiu a Secretária de Segurança do Estado (1996) eu publiquei um artigo na minha coluna de jornal intitulado “Ramboroni”, ilustrado com uma arte interessante que criei, combinando um desenho do corpo do Rambo, com uma foto do rosto do Moroni. 

No texto eu prevenia que ele adotasse uma política de tolerância zero, pois a criminalidade carioca estava chegando ao Ceará – quando não se falava ainda em facções criminosas. 

No artigo eu citei o mentor do sequestro de Dom Lochaider na Penitenciária Paulo Sarasate, que foi liderado por um presidiário que viera do Rio de Janeiro cometer crimes aqui, e que era conhecido como "Carioca", no mundo do crime. Como se vê, não adiantou nada o meu alerta, apesar de toda a boa vontade do Moroni. 

Reginaldo Vasconcelos 

 

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