domingo, 19 de maio de 2013

CRÔNICA


GERALDO DUARTE NO DN

Por mais de uma vez, e para meu contentamento, leio artigos de autoria do Procurador do Município de Fortaleza, Geraldo Duarte, enaltecendo as centenárias ações do Dnocs e, nos últimos anos, sendo um defensor aguerrido do fortalecimento daquele Departamento.

E Geraldo Duarte não é funcionário do Dnocs. Ele o foi nos anos de 1959 e 1960. Depois ingressou na Prefeitura, entretanto, não deixou de acompanhar os relevantes serviços ali produzidos. Na açudagem, irrigação, estradas, piscicultura, serviços de abastecimentos d’águas de cidades interioranas e outras obras afins de destaque.

Em seu artigo "Coveiros do Dnocs", publicado no Diário do Nordeste, desassombradamente, critica de forma sintética, mas direta, aqueles que pretendem, a troco não se sabe de quê e nem para quê, de forma inconfessável, extinguir a heroica Autarquia.

Duarte apontou o maquiavelismo dos inimigos do Nordeste para findar o Órgão, quando escreveu: “Transformá-lo de autarquia em empresa pública. Transferir sua sede para Brasília. Onde está a solução? Ou não é com claro o propósito de extingui-lo?”

Mas eu não tenho dúvida, se o DNOCS subsistir, ele não será o mesmo DNOCS dos meus tempos. Não é o mesmo DNOCS de Arrojado Lisboa, o seu criador; de Guimarães Duque, de Paulo de Brito Guerra e de tantos outros nomes que honraram a galeria dos grandes técnicos e cientistas que passaram por aquela modelar Instituição.

Vai ser um DNOCS completamente desfigurado do que era no passado. Começando pela substituição do seu tradicional nome, cuidando praticamente da piscicultura, sem nenhuma ingerência no Projeto da Transposição do Rio São Francisco e alijado  da atividade de implantar e operar  Projetos de Irrigação. 

Por Cássio Borges

Engenheiro e escritor
Membro da ACLJ




















Coveiros do Dnocs
Geraldo Duarte*

1999. Majestade plenipotenciária, Fernando Henrique Cardoso, do alto da intelectualidade, decreta, extingue e sepulta o Dnocs. Meses após, finge arrepender-se e o reativa.

2003. Nadegado no trono, a realeza Luiz Inácio Lula da Silva, deus da caatinga e filho do Brasil, replica o milagre da ressurreição na Sudene e na Sudam. Messianicamente, vivifica os cadáveres e os larga a esmo, com o do Dnocs, ao Sol e à poeira das secas nordestinas. Pareceu birra a FHC.

2011. Sua excelência, a presidente Dilma Rousseff, assume o mandato. Tal e qual Pilatos, lava, enxuga e perfuma as mãos, despreocupando-se com a existência das errantes autarquias. Biblicamente, assemelhadas aos relegados lazarentos da Judéia.

Os servidores do Departamento, na maioria idosos, hoje são mostrados à população - por desejo dos governantes -, como O Incrível Exército de Brancaleone. Ineficiente. Viventes atônitos e sem perspectivas futuras. Perdidos no tempo e no espaço.

Agora, 2013, mais salivação, escarros e escárnios. Ressurgem as regiamente pagas “excelências”, carpideiras congressuais e ministeriais. Derramando lágrimas de crocodilo. Promovendo reuniões, audiências públicas e marketing pessoal. Simulando defender o destruído.

Transformá-lo - pasmem! - de autarquia à empresa pública. Transferir sua sede para Brasília. Onde a solução? Ou não é para existir?

Ante a tantos poderosos aniquiladores somente uma fada-madrinha, uma nobre soberana  poderá salvar o Dnocs. Uma rainha. Em especial, de nome britânico. Como Rose ou Rosemary. Seguradora do cajado imperial e capaz de conseguir que o moribundo, firme, levante-se.

*Geraldo Duarte é advogado, administrador e dicionarista.


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