GERALDO DUARTE NO DN
Por mais
de uma vez, e para meu contentamento, leio artigos de autoria do Procurador do
Município de Fortaleza, Geraldo Duarte, enaltecendo as centenárias ações do
Dnocs e, nos últimos anos, sendo um defensor aguerrido do fortalecimento
daquele Departamento.
E Geraldo
Duarte não é funcionário do Dnocs. Ele o foi nos anos de 1959 e 1960. Depois
ingressou na Prefeitura, entretanto, não deixou de acompanhar os relevantes
serviços ali produzidos. Na açudagem, irrigação, estradas, piscicultura,
serviços de abastecimentos d’águas de cidades interioranas e outras obras afins
de destaque.
Em seu
artigo "Coveiros do Dnocs", publicado no Diário do Nordeste, desassombradamente, critica de forma
sintética, mas direta, aqueles que pretendem, a troco não se sabe de quê e nem
para quê, de forma inconfessável, extinguir a heroica Autarquia.
Duarte
apontou o maquiavelismo dos inimigos do Nordeste para findar o Órgão, quando escreveu: “Transformá-lo de autarquia em empresa pública. Transferir sua sede para Brasília.
Onde está a solução? Ou não é com claro o propósito de extingui-lo?”
Mas eu não
tenho dúvida, se o DNOCS subsistir, ele não será o mesmo DNOCS dos meus tempos.
Não é o mesmo DNOCS de Arrojado Lisboa, o seu criador; de Guimarães Duque, de
Paulo de Brito Guerra e de tantos outros nomes que honraram a galeria dos
grandes técnicos e cientistas que passaram por aquela modelar Instituição.
Vai ser um
DNOCS completamente desfigurado do que era no passado. Começando pela
substituição do seu tradicional nome, cuidando praticamente da piscicultura,
sem nenhuma ingerência no Projeto da Transposição do Rio São Francisco e
alijado da atividade de implantar e operar Projetos de
Irrigação.
Por Cássio Borges
Engenheiro e escritor
Membro da ACLJ
|
Geraldo Duarte*
1999. Majestade plenipotenciária, Fernando Henrique Cardoso, do alto da
intelectualidade, decreta, extingue e sepulta o Dnocs. Meses após, finge
arrepender-se e o reativa.
2003. Nadegado no trono, a realeza Luiz Inácio Lula da Silva, deus da
caatinga e filho do Brasil, replica o milagre da ressurreição na Sudene e na
Sudam. Messianicamente, vivifica os cadáveres e os larga a esmo, com o do
Dnocs, ao Sol e à poeira das secas nordestinas. Pareceu birra a FHC.
2011. Sua excelência, a presidente Dilma Rousseff, assume o mandato. Tal e
qual Pilatos, lava, enxuga e perfuma as mãos, despreocupando-se com a
existência das errantes autarquias. Biblicamente, assemelhadas aos relegados
lazarentos da Judéia.
Os servidores do Departamento, na maioria idosos, hoje são mostrados à
população - por desejo dos governantes -, como O Incrível Exército de
Brancaleone. Ineficiente. Viventes atônitos e sem perspectivas futuras.
Perdidos no tempo e no espaço.
Agora, 2013, mais salivação, escarros e escárnios. Ressurgem as regiamente
pagas “excelências”, carpideiras congressuais e ministeriais. Derramando
lágrimas de crocodilo. Promovendo reuniões, audiências públicas e marketing
pessoal. Simulando defender o destruído.
Transformá-lo - pasmem! - de autarquia à empresa pública. Transferir sua
sede para Brasília. Onde a solução? Ou não é para existir?
Ante a tantos poderosos aniquiladores somente uma fada-madrinha, uma nobre
soberana poderá salvar o Dnocs. Uma rainha. Em especial, de nome
britânico. Como Rose ou Rosemary. Seguradora do cajado imperial e capaz de
conseguir que o moribundo, firme, levante-se.
*Geraldo Duarte é advogado, administrador e dicionarista.
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