O amor
Pierre Nadie*
O sonho não acabou.
Não há lugar para utopias distópicas.
A fragrância, a doçura, o valor do amor castigam com atroz fúria a promíscua, a ambígua significação, vazia da sua conotação não só principal, todavia, basilar.
Amor sinonimia doação, dádiva total. Luta no afã da ansiada ajuda, do solidário apoio ao irmão.
No mundo atual, consumimos paixão, arraigada no íntimo da nossa população individualizada, ludibriada por motivos sofismáticos, à luz dos malsãos princípios da insana cultura. Amor cultua a vida, açambarca-a qual raiz a vitalizar o coração.
O amor diviniza a vida. Consolida a paz. Traz harmonia ao coração angustiado. Tranquiliza a alma sofrida.
O amor dá ânimo novo, invadindo nosso corpo, conquistando a tão cobiçada coalisão humana, nos atos volitivos, a marcar o bom uso do arbítrio, ao compasso rítmico do diapasão, na marcha rumo ao raiar da manhã jucunda do novo mundo, ambicionado por todos, colimado por almas corajosas, ânimos impávidos.
A vil trituração do amor, incrustada nos stands publicitários, causa distúrbios na moral, como na conduta da moçada ainda glabra do nosso Brasil. Sinistra ridicularização do mais santo, do mais sagrado, do mais humano grito da vida!
O amor acalanta júbilo. Dádiva não há maior, quanto participar da glória dos humanos cônscios da sua aspiração comum: paz, justiça, harmonia, amor.
A raça humana olvida a magnífica missão votada ao apoio ao irmão, instaura a instabilização social, prostituindo inspiração anímica do amor, com aplausos ao aborto incondicional, nas suas várias formas, subjugando-o aos instintos animais, aprisionando-o nas frias, quiçá malditas alcovas.
Contudo, o amor não mirra, vai brotar. Não gora, vai ficar maduro. Jamais fica sáfaro, vai parir mais amor.
Unidos, portanto, na conjuntura amical, forjada no cadinho do amor, vamos caminhando para atingir os páramos da comunhão final. Amor para com a família. Para com amigos. Para com amigas. Para com ricos. Para com não ricos. Para com a Nação. Amor para com o Dominador, Criador do mundo todo.
Assim, pois, só o amor constrói. Nada mais.
(ex
livro traços flutuantes: crônicas médicas, antropossociológicas e
literárias. 1986).
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