Romance de José de Alencar, de 1865, acaba de ganhar releitura, com traços atuais da história do Ceará, no novo livro “Em busca de Iracema”, escrito pela jornalista e professora Adísia Sá, que é membro honorário da ACLJ. A notícia teve destaque no Jornal O Estado de hoje.
Na obra, que será lançada amanhã (22), um descendente de Iracema e de Martim Soares Moreno refaz o trajeto percorrido pelos ancestrais, ainda nos tempos da colonização do Ceará.
Tudo é ficção, como na publicação de José de Alencar, mas a escritora acrescenta nomes reais de políticos, jornalistas, arquitetos, escritores e mulheres da sociedade. “Se propõe a ser ficção e ao mesmo tempo histórico. Coloco a realidade dentro da ficção e a ficção dentro da realidade”, afirma.
Adísia Sá cria o personagem Moacir, pertencente à 16a geração de Iracema e Martim. O advogado bem sucedido mora no Rio de Janeiro e, depois de ler sobre o Ceará, resolve conhecer a terra dos ancestrais. Em Ipu, ele se casa com Helena, natural da terra.
O caminho até Fortaleza passa por Ibiapaba, Acaraú, Viçosa do Ceará, Camocim, Meruoca, Mundaú, Trairi e Maranguape. A viagem se passa entre os recentes anos de 1960 e 1964 e relembra as origens do Ceará, por meio do diário de Soares Moreno. “Para cada um desses locais, cito um trecho da obra de José de Alencar”.
A narrativa tem a leveza e a objetividade do texto jornalístico, oferecendo entretenimento e aprendizado ao mesmo tempo. O livro é reflexo da sensibilidade pessoal da autora e de seu envolvimento emocional com a gente do Ceará. “Tive a ideia de escrever a obra a partir da leitura dos textos, sobre o assunto, da escritora alemã Ingrid Schwamborn, a quem faço a dedicação”.
Outros motivos que levaram Adísia Sá a reconstituir as trilhas de Iracema são analisados pelo psiquiatra Cleto Pontes, no ensaio “Em busca do eterno retorno”, que complementa a obra, deixando no ar questões inquietantes que cercam o poder da ficção e os enigmas criados pelos jogos do imaginário.
Adísia Sá, além da ficção, escreve sobre filosofia e jornalismo. “Em busca de Iracema” é a 16ª obra e levou menos de um mês para ficar pronta. O livro, com 171 páginas, tem o selo da editora Armazém da Cultura.
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