quarta-feira, 21 de março de 2012

ADÍSIA SÁ, EM BUSCA DE IRACEMA

Romance de José de Alencar, de 1865, acaba de ganhar releitura, com traços atuais da história do Ceará, no novo livro “Em busca de Iracema”, escrito pela jornalista e professora Adísia Sá, que é membro honorário da ACLJ. A notícia teve  destaque no Jornal O Estado de hoje.

Na obra, que será lançada amanhã (22), um descendente de Iracema e de Martim Soares Moreno refaz o trajeto percorrido pelos ancestrais, ainda nos tempos da colonização do Ceará.

Tudo é ficção, como na publicação de José de Alencar, mas a escritora acrescenta nomes reais de políticos, jornalistas, arquitetos, escritores e mulheres da sociedade. “Se propõe a ser ficção e ao mesmo tempo histórico. Coloco a realidade dentro da ficção e a ficção dentro da realidade”, afirma.

Adísia Sá cria o personagem Moacir, pertencente à 16a geração de Iracema e Martim. O advogado bem sucedido mora no Rio de Janeiro e, depois de ler sobre o Ceará, resolve conhecer a terra dos ancestrais. Em Ipu, ele se casa com Helena, natural da terra.

O caminho até Fortaleza passa por Ibiapaba, Acaraú, Viçosa do Ceará, Camocim, Meruoca, Mundaú, Trairi e Maranguape. A viagem se passa entre os recentes anos de 1960 e 1964 e relembra as origens do Ceará, por meio do diário de Soares Moreno. “Para cada um desses locais, cito um trecho da obra de José de Alencar”.

A narrativa tem a leveza e a objetividade do texto jornalístico, oferecendo entretenimento e aprendizado ao mesmo tempo. O livro é reflexo da sensibilidade pessoal da autora e de seu envolvimento emocional com a gente do Ceará. “Tive a ideia de escrever a obra a partir da leitura dos textos, sobre o assunto, da escritora alemã Ingrid Schwamborn, a quem faço a dedicação”.

Outros motivos que levaram Adísia Sá a reconstituir as trilhas de Iracema são analisados pelo psiquiatra Cleto Pontes, no ensaio “Em busca do eterno retorno”, que complementa a obra, deixando no ar questões inquietantes que cercam o poder da ficção e os enigmas criados pelos jogos do imaginário.

Adísia Sá, além da ficção, escreve sobre filosofia e jornalismo. “Em busca de Iracema” é a 16ª obra e levou menos de um mês para ficar pronta. O livro, com 171 páginas, tem o selo da editora Armazém da Cultura.

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