UGARTE
Reginaldo Vasconcelos*
Eu nunca fora ao Ugarte, restaurante instalado pelo jornalista Lúcio Brasileiro na década de 80, na Praia do Cumbuco, em Caucaia, cidade da grande Fortaleza.
Aquela casa de pasto foi fundada exclusivamente para receber os amigos seus, todos eles integrantes da alta sociedade, que ele chama seus “irmãos civis” – flanando entre estes a elite da imprensa.
Lúcio Brasileiro nasceu Newton, e estreou o pseudônimo no jornal ainda menino, exatamente no ano em que nasci, há quase sete décadas.
Cresci ouvindo falar dele e falar nele – falar mal dele pela candinha popular, enquanto ele a cada dia aparecia entre os mais lidos jornalistas da cidade, em cujas linhas todos ambicionavam desfilar.
Em menino o vi passar atrás de um pomposo bigodão, ao volante do seu carro, enquanto os alunos do Colégio Castelo Branco, da calçada, o apupavam.
Quando escrevi o meu primeiro livro, início dos anos 90, pensei em pedir que ele me concedesse um prefácio e o fui procurar nos estúdios da TV Jangadeiro, quando então ouvi que prefácio não faria ele, mas talvez só uma “orelha”.
Abortei a ideia e declinei de obter dele o texto menor para uma das abas do meu livro, e praticamente nunca mais nos avistamos.
Até que fui instado pelo empresário Beto Studart a biografar o seu velho amigo jornalista que atingia as marcas de 85 anos de idade e de 69 de imprensa, tarefa editorial que consegui desempenhar a contento em dois meses tão-somente, edição de luxo de 400 páginas, a cujo apoteótico e memorável lançamento compareceu todo o grand mond da sociedade cearense.
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