sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

CRÔNICA - O Que a Vida Encerra (PN)

 O QUE A VIDA ENCERRA
Pierre Nadie
 

 

Não há que negar. A vida nos traz algumas inquietações, apresenta algumas dificuldades e, uma vez ou outra, tira-nos do sério. Nada é tão plano, nem tão lógico, nem como desejaríamos que fosse. 

Confrontos, desafios são caldo de cultura do crescimento e da maturidade do ser humano, rumo à realização de seus objetivos. 

Talvez, façam-nos claudicar, porém, determinação, coragem e ousadia acompanham a fé, na esperança, que não é espera. Esperança, que desperta e que instrumentaliza essa tríade dinâmica. 


Há, no entanto, um inimigo que nos ronda, levando nossos sonhos aos porões do passado, gerando remorsos, desconforto e vitimização, com foco nos sofrimentos e mal-estares, bem como atirando-nos à exaustiva ansiedade do futuro incerto, na fixidez do “não consigo”. Constrói-se, então, sumária ponte, interligando o “tirano” do ontem ao “atrevido” do amanhã. 

E o presente, sem espaço nem tempo, arrastado apenas por drogas, passa a ser um cavalo de Tróia, dentro de nós, lotado de inimigos, desfazendo objetivos, destruindo a esperança: somos nós zombando de nós, cingindo-nos em nós, mais fortes que o nó-de-marinheiro. 

Em meio a essa pândega da vida, o olhar para dentro pode ajudar a uma emersão, como rezava o Padre Pio de Pietrelcina: “o meu passado, Senhor, à Tua Misericórdia; o meu futuro, à Tua Providência; e o meu presente ao Teu Amor”. 

Se não há caminho, façamos um.

Se não há saída, esbocemos uma.

Se há tristeza, sorriamo-nos.

Se há cheiro de morte, sejamos odor de vida. 

Enfim, a vida vale o que ela encerra.



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