terça-feira, 12 de outubro de 2021

RESENHA - Reunião Virtual da ACLJ (11.10.2021)

 REUNIÃO VIRTUAL DA ACLJ
(11.10.2021)   




PARTICIPANTES

Estiveram reunidos na conferência virtual desta segunda-feira, que teve duração de uma hora e meia, sete acadêmicos. OJornalista e Advogado Reginaldo Vasconcelos,o Bacharel em Direito e   Especialista em Comércio Exterior Stênio Pimentel (Maricá - RJ)

Também  o Engenheiro Agrônomo e Poeta Paulo Ximenes, o Médico, Teólogo e Latinista Pedro Bezerra de Araújo,  o Físico e Professor Wagner Coelho, o Agente de Exportação Dennis Vasconcelos (Maringá-PR) e o Marchand Sávio Queiroz Costa.  
 


TEMA DE ABERTURA

Na abertura da reunião desta segunda-feira, Paulo Ximenes suscitou o tema das armas de fogo, aquelas que sejam lícitas, adequadas à proteção da cidadania, das famílias, do patrimônio, contra as armas bandidas que ameaçam a sociedade. 

Comentou-se o referendo de 2005, em que o povo votou contra a restrição ao acesso das pessoas de bem a sua arma de defesa, consulta popular cujo resultado foi depois desconsiderado pela Administração Pública, interessada em desarmar o povo para concentrar o poder coercitivo na mão dos Governos, em detrimento da segurança pública nacional. 

 OUTROS TEMAS ABORDADOS

Na sequência, tratou-se sobre o distúrbio psíquico da depressão, doença que atinge mais as pessoas inteligentes e sensíveis, notadamente as mulheres, pessoas mais suscetíveis às contradições da existência, aos dilemas filosóficos, às incongruências da vida moderna. 

Reginaldo Vasconcelos, a propósito dessa assertiva, lembrou a frase freudiana, provavelmente timbrada pela psicanalista austríaca Melanie Klein (1882-1960)  "a depressão é o grito da personalidade querendo crescer".

Sobre o tema, Pedro Araújo, que é médico, e que, dentre outras especializações clínicas que ostenta, consta a psicopatologia, discorreu longamente sobre essa doença do humor, que acomete tanta gente em torno do Planeta, e que, não raro, leva ao suicídio.    


PERFORMANCES LITERÁRIAS

O tema da depressão inspirou algumas manifestações literárias, como a leitura de um excerto do livro de crônicas de Reginaldo Vasconcelos – Traços da Memória-Laços da Província (1990), feita pelo autor, em que ele relata a sua passagem pela depressão, trecho que abaixo reproduzimos. 


UM ANJO 

De repente me senti sabido para as coisas retas, para as coisas dessabidas, para as perspectivas dolorosas. Abandonei posições de ingenuidade saborosa; estanquei projetos deliciosamente fúteis; era preciso ser mais realistas que o sol. E, por fim, o corpo adoeceu, já que desaprendia o voo da vida. 

Debalde um Dr. Oswaldo Cruz, homônimo do grande médico, procurou a enfermidade. Concluiu enfim: patologia do humor somatizada. E indicou especialista. Carecia confessar, abrir o peito, expor cruamente as quinquilharias da alma. Enfim, eu precisava de um anjo, não de um médico, porque há médicos dos dois sexos. 

Seria uma mulher, que de dentro de seu pequeno drama feminino, me poderia tirar do poço? Como esse ser coberto de tinta e adereços, pisando sobre dois palitos, desnudando-se ou se cobrindo de mistérios para encantar os homens incautos, poderia me curar? 

Por outro lado, como um ser masculino, garotão desvirtuado pelo ranço varonil, vitimado em sua virilidade pelos grilhões do matrimônio, incurso no ridículo do adultério sempre que possível, tabagista vencido, mentiroso social, estaria à altura de ouvir as minhas verdades? 

Não... eu precisava de um anjo.


Traços da Memória - Laços da Província - Crônicas - Reginaldo Vasconcelos - 1990. 

 

Sávio Queiroz, por seu turno, lembrou uma frase do poeta russo Vladimir Maiakóvski: "Nos demais, todo mundo sabe, o coração tem moradia certa. Fica bem aqui no meio do peito. Mas comigo a anatomia ficou louca. Sou todo coração". 

Dennis Vasconcelos, a seguir, disse um texto de sua lavra, extraído de um momento de melancolia, como se verifica a seguir:




MISTÉRIO

 

Hoje sou… Amanhã , só a Ele… Ele sabe e diz tudo do que serei.

A dor no meio do peito me confunde. O que haverão de ser meus dias futuros?

Fico aqui a tomar meus vinhos de deleite, esperando o melhor…

Dores não me doem. Forte sou, mas “me poupa do vexame de morrer tão moço”!!! 

Sim. Dores, que eles não as tenham. Ou então, a dor dói mais em mim.

Pior! O medo é que não deixa a certeza do que sentirão por mim. Saudade? Ou simples alívio? Não importa! Faço hoje e sempre farei…

O amor ao Pai me conforta e me mantém. 

Vivo até o último momento. E rogo: Senhor, Pai Maior! Ponhas-me perto de ti!

Tenho, sim, me entregue a Ele. A voz diz a mim o que pode ser de mim.

E continuo no mistério do meu amanhã, sentindo a minha sentida dor.


Dennis Vasconcelos 

Maringá-PR – 15/10/2011

 

Por fim, Pedro Araújo, trazendo de volta o astral descontraído, disse um belo poema de seu saudoso pai Alexandre, que meu próprio pai apreciava e sabia de cor, sobre o beijo apaixonado:



 
DEDICATÓRIA 





A reunião virtual da ACLJ realizada nesta segunda-feira foi dedicada ao arquiteto, artista plástico, cronista, poeta e comunicador Totonho Laprovitera.

Ele é Membro Titular da ACLJ, e seu excelente programa semanal de entrevistas, Mosaico, que vai ao ar pela TV Otimista, nesta semana completou um ano de sua estreia, marcada por essa fotografia abaixo, com Beto Studart e Karla Karenina. 

Acima, na noite de sua posse na ACLJ, no Iate Clube, em 2017, na imagem com a Benemérita Paula Queiroz Frota e o Presidente Reginaldo Vasconcelos. 



Totonho é, seguramente, uma das personalidades mais queridas da sociedade cearense, das mais bem relacionados nos meios artísticos, intelectuais e boêmios da cidade – artista brilhante, grande caráter, um agitador cultural sempre empenhado na preservação da cearensidade, da fala regional, da história do Estado. Coleciona imagens e fatos envolvendo celebridades locais, nacionais e internacionais, com as quais a sua geração se relacionou.


 


  
    

COMENTÁRIO 

Confrades e confreiras, quanta honra!

Essa dedicatória faz bater mais forte o meu coração e incentiva o meu espírito a seguir o caminho que a generosa Arte me desenha: o de promover o bem na vida! 

Sou-lhes muito agradecido. 

Abraço fraterno. 

Totonho Laprovitera

 


Um comentário:

  1. Confrades e confreiras, quanta honra!

    Essa dedicatória faz bater mais forte o meu coração e incentiva o meu espírito a seguir o caminho que a generosa Arte me desenha: o de promover o bem na vida!

    Sou-lhes muito agradecido.

    Abraço fraterno.
    Totonho Laprovitera

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