REUNIÃO VIRTUAL DA ACLJ
(11.10.2021)
UM ANJO
De repente me senti sabido para as coisas retas, para as coisas dessabidas, para as perspectivas dolorosas. Abandonei posições de ingenuidade saborosa; estanquei projetos deliciosamente fúteis; era preciso ser mais realistas que o sol. E, por fim, o corpo adoeceu, já que desaprendia o voo da vida.
Debalde um Dr. Oswaldo Cruz, homônimo do grande médico, procurou a enfermidade. Concluiu enfim: patologia do humor somatizada. E indicou especialista. Carecia confessar, abrir o peito, expor cruamente as quinquilharias da alma. Enfim, eu precisava de um anjo, não de um médico, porque há médicos dos dois sexos.
Seria uma mulher, que de dentro de seu pequeno drama feminino, me poderia tirar do poço? Como esse ser coberto de tinta e adereços, pisando sobre dois palitos, desnudando-se ou se cobrindo de mistérios para encantar os homens incautos, poderia me curar?
Por outro lado, como um ser masculino, garotão desvirtuado pelo ranço varonil, vitimado em sua virilidade pelos grilhões do matrimônio, incurso no ridículo do adultério sempre que possível, tabagista vencido, mentiroso social, estaria à altura de ouvir as minhas verdades?
Não... eu precisava de um anjo.
Traços da Memória - Laços da Província - Crônicas - Reginaldo Vasconcelos - 1990.
Sávio Queiroz, por seu turno, lembrou uma frase do poeta russo Vladimir Maiakóvski: "Nos demais, todo mundo sabe, o coração tem moradia certa. Fica bem aqui no meio do peito. Mas comigo a anatomia ficou louca. Sou todo coração".
Dennis Vasconcelos, a seguir, disse um texto de sua lavra, extraído de um momento de melancolia, como se verifica a seguir:
MISTÉRIO
Hoje sou… Amanhã , só a Ele… Ele sabe e diz tudo do que
serei.
A dor no meio do peito me confunde. O que haverão de ser
meus dias futuros?
Fico aqui a tomar meus vinhos de deleite, esperando o
melhor…
Dores não me doem. Forte sou, mas “me poupa do vexame de morrer tão moço”!!!
Sim. Dores, que eles não as tenham. Ou então, a dor dói
mais em mim.
Pior! O medo é que não deixa a certeza do que sentirão por
mim. Saudade? Ou simples alívio? Não importa! Faço hoje e sempre farei…
O amor ao Pai me conforta e me mantém.
Vivo até o último momento. E rogo: Senhor, Pai Maior!
Ponhas-me perto de ti!
Tenho, sim, me entregue a Ele. A voz diz a mim o que pode
ser de mim.
E continuo no mistério do meu amanhã, sentindo a minha sentida dor.
Dennis Vasconcelos
Maringá-PR – 15/10/2011
Por fim, Pedro Araújo, trazendo de volta o astral descontraído, disse um belo poema de seu saudoso pai Alexandre, que meu próprio pai apreciava e sabia de cor, sobre o beijo apaixonado:
COMENTÁRIO
Confrades e confreiras, quanta honra!
Essa dedicatória faz bater mais forte o meu coração e incentiva o meu espírito a seguir o caminho que a generosa Arte me desenha: o de promover o bem na vida!
Sou-lhes muito agradecido.
Abraço fraterno.
Totonho Laprovitera
Confrades e confreiras, quanta honra!
ResponderExcluirEssa dedicatória faz bater mais forte o meu coração e incentiva o meu espírito a seguir o caminho que a generosa Arte me desenha: o de promover o bem na vida!
Sou-lhes muito agradecido.
Abraço fraterno.
Totonho Laprovitera