JOIAS LÍRICAS
Reginaldo Vasconcelos*
A poesia telúrica de Luciano Maia pervaga o ambiente sertanejo lindamente, transpira o clima nordestino, trescala o hálito dos currais de gado vacum nas ordenhas matinais.
Evoca o canto dos galos madrugadores, o suspirado ordejo asinino marcando o meio dia, o gradiente dos aboios vespertinos verberando desde longe até a esplanada, entre maviosos toques de chocalhos, de surtidos diapasões e timbres nobres.
Abaixo, dois poemas seus que trazem em comum referências ao pastoreio dos ovinos – o primeiro deles, “Soneto da Marrã Extraviada”, recebido dos duendes da sua verve lírica nos idos de 84 do século anterior, exatamente quando eu o conheci.
O segundo, “As Nuvens, o Tempo, o Rebanho...”, de recentíssima inspiração – nós então já amigos velhos. Ambos os versos nutridos pela mesma substância poética dimanada das evolações jaguaribanas, das solidões das matas rudes, do clima sáfaro, da vida lúdica dos caboclos e de seus bichos de cria.
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