segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

ARTIGO - Novo Paradigma (FCVT)

 NOVO PARADIGMA
Francisco Cadorno Vasconcelos Teles*


Descobertas e invenções na ciência são geralmente revolucionárias em si mesmas. O progresso científico condicionado pela flexibilidade e pela mente aberta são as qualidades necessárias para compor uma nova perspectiva sociocultural. 

Segundo Thomas Kuhn em A Estrutura das revoluções científicas “(...) Se o número de estudiosos não foi marcado por isso, e em grande medida, não haveria revoluções científicas, nem o subsequente progresso da ciência”.  (Kuhn 1985, p.318) 


A sociedade padece entre achismos e opiniões. Sentimos atualmente uma crise no paradigma que envolve ciência, cultura e sociedade, e lembrando que os inúmeros movimentos de transformação social, sejam eles radicais ou utópicos, que as últimas décadas viram surgir, tiveram, como articuladores em sua principal força, a juventude. 

Do ponto de vista social, dentro do grande poder de mobilização e pela natureza das ideias que circulam, a juventude de nosso país passa por uma situação limítrofe entre cientificismo e pseudocientífico. Onde está o discurso dentro da prática social que baliza esses jovens? O exercício sistemático da tecnologia como crítica está conseguindo debater realmente os problemas de nossa sociedade?

Novos atores históricos são importantes nesse contexto nesse tumultuado debate político-cultural. Temos que fugir de abordagens reducionistas, das especializações estreitas e análises estatísticas parciais que são propagadas virais em redes sociais e aplicativos de mensagens rápidas. Resíduos de conhecimento são jogados e apesar da divergência entre a visão de mundos, convergem entre as faixas etárias corroborando para o momento atual.

Culpabilizar não é o caminho. As divergências e as controvérsias devem ser analisadas em várias frentes. É importante salientar ainda que a ideia de que à juventude cabe sempre o papel de renovação da ordem social é um tanto quanto limitada. 

Devemos enaltecer as realizações científicas e deixa-las se aproximar do convívio da maioria da sociedade, rejeitando as ideologias anticivilizatórias e o misticismo, e incutir na juventude valores e percepções holísticas e desenvolver os campos das ciências inter e multidisciplinares para compor um novo paradigma da ciência. Uma ciência mais humanística, cultural, sistêmica e holística para uma sociedade mais justa.

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