domingo, 20 de maio de 2012

EXÉQUIAS AO ACADÊMICO ALVES FERNANDES

Compareceram nessa sexta-feira, 18 de maio, ao velório do professor e acadêmico José Alves Fernandes, na funerária Ethernus, no bairro fortalezense da Aldeota, os confrades Paulo Ximenes e Reginaldo Vasconcelos, representando a ACLJ.  

Na madrugada desta quinta-feira, 17 de maio, o professor Alves Fernandes empreendeu sua triunfal viagem para o outro lado do arco-íris. A vida ainda lhe impôs alguns dias de suplício com a doença súbita, mas ao final lhe entregou a paz profunda que Deus reserva aos seus mais diletos filhos e compadres.

Após a missa, instado a falar em exéquias ao morto em nome da nossa Academia, o acadêmico Reginaldo Vasconcelos lamentou que o grande literato, bibliófilo, lexicógrafo, latinista, e principalmente professor José Alves Fernandes tenha vergado a pelerine ritual da ACLJ por apenas poucos meses.

Muito comovido, com a voz embargada, com dificuldade de conter o pranto, por empatia com o sofrimento da filha do acadêmico falecido, a também acadêmica Karla Karenina, sua velha amiga, o orador encerrou sua fala dizendo o Pai Nosso em latim, oração atribuída a Jesus Cristo, no clássico idioma que Fernandes dominava e que lecionou aos grandes juristas cearenses de sua época.


O Prof. Alves Fernandes e sua filha, a atriz e poetisa Karla Karenina

Em nome da Academia Cearense de Letras, à qual José Alves Fernandes também pertencia, falou o médico e poeta José Telles, titular da Cadeira de nº 34 daquela arcádia, que confessou também ter chorado ao visitar o amigo em seus momentos terminais, embora o seu jaleco profissional costume imunizá-lo de emoções. Ele terminou o discurso com uma linda paráfrase de Manuel Bandeira:

Irene preta

Irene boa

Irene sempre de bom humor.

Imagino Irene entrando no céu:
- Licença, meu branco!
E São Pedro bonachão:
- Entra, “José Fernandes”. Você não precisa pedir licença.


Na saída da missa, ao comentar com Paulo Ximenes que sua emoção o impedira de melhor homenagear o grande confrade, Reginaldo Vasconcelos ouviu dele uma expressão consoladora: “A frieza não tem nenhum mérito. Quanto mais frio o homem, tanto mais ele assemelha-se  com uma pedra”. 


O médico e poeta José Telles, da Academia Cearense de Letras, e o jornalista
Vicente Alencar, Presidente da Academia Cearense da Língua  Portuguesa, a
que o Prof. José Alves Fernandes também pertencia havia anos.

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