quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

RESENHAS - O Discurso Epistemológico - Novo Colosso de Márcio Catunda (VM)

 VINTE ANOS DE
O DISCURSO EPISTEMOLÓGICO,
DE SUZANA MAGALHÃES E ANCHIETA BARRETO 
(Organizadores)

 Vianney Mesquita*

 

A Filosofia é o Prefácio Humano do Evangelho.
(JOSEPH DE MAISTRE, filósofo religioso francês. 1753-1821).

 


No final de 2023, perfaz 20 anos de publicação do clássico O Discurso Epistemológico Modernos e Pós-Modernos, organizado pelos Professores Doutores Suzana Magalhães e José Anchieta Esmeraldo Barreto (Imprensa Universitária da Universidade Federal do Ceará, 2003), de autoria dos dois e dos acadêmicos-escritores Clara Costa Oliveira, Eduardo Triandópolis, Francisco Gudiene Gomes de Lima, Hector Hugo Palacio Dominguez e Rui Verlaine Oliveira Moreira. 

Constando como prefaciador o Prof. Dr. Rui Martinho Rodrigues, neste volume de alevantada amplitude do exercício raciocinativo, seus sete autores, expertos da ação de meditar e traduzir conceitos, privilegiam o exame das reflexões de algumas das mais preeminentes autoridades do pensamento científico-filosófico moderno, fluindo subsídios de monta à temática específica no nosso ambiente reflexivo. 

Consoante se divisa nas palavras judiciosas e lúcidas do mencionado Dr. Martinho Rodrigues, em considerações propedêuticas aos oito módulos enfeixados no livro, lobriga-se o empenho – acolitado pelo êxito – dos signatários de cada capítulo para cogitar na natureza, estados e fronteiras do saber, nomeadamente das vinculações estreitas entre quem investiga e o objeto passivo/indiferente, os dois extremos da cognição, suporte da Teoria do Conhecimento. 

Cuida, ainda, o pugilo de assinantes desses escritos (conformando o número sete às significações e alegorias registradas pela História), de analisar os princípios, métodos e remates de certas correntes das teorias e práticas, mensuradas na validade cognitiva de cada qual, ou delineadas no seu caminho evolutivo, nos elementos paradigmáticos de sua estrutura, bem como nas relações estabelecidas com a Sociedade e a História, o que conforma a Teoria da Ciência. 

Nos seus bem-afortunados argumentos, os produtores dos capítulos tencionam deixar evidente a tarefa da Epistemologia na distinção simples de exame da Lógica das Ciências, com vistas a determinar o raio de ação de todo o corpo ordenado de conhecimentos. Com efeito, ajunta-se, em parte, à Teoria do Conhecimento (Gnosiologia), a qual provê de exemplos e ideações exatas, e, noutra parcela, máxime na avaliação cognitiva de princípios e práticas das diversas taxionomias do saber unificado, entre outras ligações. 

O conjunto de meditações filosóficas neste passo compreendido, há duas dezenas de anos editado por ideia dos organizadores, docentes da U.F.C., colige o que há de mais bem especulado por pensadores de nomeada, acreditados em todas as inteligências e culturas. 

Os escritores desta obra cobriram, em sua congeneridade e indivisibilidade didática, matérias de Ciência, Filosofia, Filosofia da Ciência, Metodologia Científica, Sistema do Conhecimento e outros teores afins, achegando à acumulação bibliográfica desta seara um repositório qualificado de arrazoados até então inéditos, prontificados a estear, com a máxima proficiência, estudos propagados das matérias de que aqui se ocuparam os produtores de esforço acadêmico de tanto vulto, que já serviu à formação e desdobres dos saberes jungidos a esta enorme senda do conhecimento ordenado parcialmente. 

Vantagem enorme para esta conjunção de compreendimentos científicos é ajuntar como peça do recheio bibliográfico de todo o orbe este modelo que, há duas dezenas de anos, favorece a evolução de estudos universitários insertados nestas matrizes do saber do Mundo Três Popperiano.


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NOVO COLOSSO
DA INEXCEDÍVEL LITERATURA 
DE
MÁRCIO CATUNDA
Vianney Mesquita*

 

[...] Indene de suspeita é o fato de que apreciar os ardis histórico-literários de Márcio Catunda é louvar-se nos prodígios da inteligência.

 (V.M. in Paris e seus Poetas Visionários. Fortaleza, 2021).




Substancialmente polimorfo, multiface e produtivo, eis que este decantado compositor literocientífico e artístico cearense, reverenciado no Brasil e no Orbe inteiro, após curto lapso da edição de Paris e seus Poetas Visionários, de 480 páginas de recheio aprazível e ameno e veraz, mimoseia seus consulentes com outra produção do mais sublime teor.

Este novo produto editorial, ainda não editado e sob o desvelo artístico da inteligência naturalíssima do Prof. Geraldo Jesuino, foi haurido em diversas vilegiaturas feitas a cidades da Itália histórica e clássica – Veneza, Florença, Roma, Milão, Bérgamo, Bolonha, Nápoles e aglomerados urbanos mais pequenos  o qual conforma, para este seu leitor inveterado, a sua Maximum opus – circunstância rendida, sempre, dês que outra assoma, haja vista o fato de que as qualidades dos seus bens escritórios se superam à medida do tempo.

Neste giro, vezeiro na ideação de operar peças densas para pedagogizar seus acólitos (a propósito, o benefício do escritor à farta), não há no seu portafoglio de dezenas de volumes nenhuma dessas conjunções com ínfimo quantitativo de páginas, daquelas que, conforme se exprime, lhes seja ensejado “ficar de pé”, ao costume de um operador esforçado por ser presumido - é exatamente esta a figura da litotes, aversa à totalidade literária de M. C. - porém, anos-luz apartado da graça e do triunfo.

Abismal é a diferença, pois todas contabilizam múltiplas laudas, guarnecidas de conteúdos alteados e continentes vernaculares assentes na arte de Dante Alighieri, sem ascender aos páramos da dificuldade exprimida (e espremida) na linguagem trombuda, bêbeda e supostamente preciosa. Tampouco descende aos desvãos da elocução indigente, desasada e, vez por outra, eivada da tangível indecência, deseixada de configuração moral, malgrado haja seu formulador tencionado imprimi-la.

Quem ainda não atinou para o ortografado à continuidade vai ter o repetido lance de certificar-se da prontidão intelectiva do Escritor acarauense sob exegese, obtida em ambiências acadêmicas e, mormente – na ocasião focalizada – em circunstâncias de cultura informal e autodidaxia, quando, com determinação, demandou e logrou e hoje ensina, feito mentor integral da senda deste saber, os juízos relativos às Artes.

Inauguralmente, denotando controle da língua italiana, como o faz com outras codificações europeias, hospedou-se, decerto, nas ideias de Marco Vitrúvio Pólio – a tríade utilitas, venustas e firmitas (utilidade, beleza e solidez) - para ter o ensejo de versar sobre a insuperável Arquitetura das mencionadas metrópoles, com impressionante detalhamento e irrepreensível seguridade, ao expor, também, com a necessária dilação, a respeito da Pintura, Música, Escultura e Literatura da bela Itália, insertando a latíssima História do Cristianismo, desde o Império Romano herético, sintetizando, em conivência com essas expressões de tanta engenhosidade, a transformação do paganismo em Cristianismo. 

Será a maior e mais profícua produção brasileira atinente à matéria, em todos os tempos, colhida, com rigor e precisão, nos locis de suas ocorrências. Aguardemos a entrega da obra, agora no primeiro trimestre de 2024, enquanto o escritor Márcio Catunda, no corrente instante, se enreda pelas manifestações artísticas da Espanha e de Portugal, para, no final do ano entrante, editar mais um volume, enricando seu port-fólio e mimoseando seus consulentes com informações preciosas e favorecidas de donaire artístico.


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