VINTE ANOS DE
O DISCURSO EPISTEMOLÓGICO,
DE SUZANA MAGALHÃES E ANCHIETA BARRETO
(Organizadores)
Vianney Mesquita*
A Filosofia é o Prefácio Humano do Evangelho.
(JOSEPH DE MAISTRE, filósofo religioso francês. 1753-1821).
No final de 2023, perfaz
20 anos de publicação do clássico O Discurso Epistemológico – Modernos
e Pós-Modernos, organizado pelos Professores Doutores Suzana Magalhães e
José Anchieta Esmeraldo Barreto (Imprensa Universitária da Universidade Federal
do Ceará, 2003), de autoria dos dois e dos acadêmicos-escritores Clara Costa
Oliveira, Eduardo Triandópolis, Francisco Gudiene Gomes de Lima, Hector Hugo
Palacio Dominguez e Rui Verlaine Oliveira Moreira.
Constando como
prefaciador o Prof. Dr. Rui Martinho Rodrigues, neste volume de alevantada
amplitude do exercício raciocinativo, seus sete autores, expertos da ação de
meditar e traduzir conceitos, privilegiam o exame das reflexões de algumas das
mais preeminentes autoridades do pensamento científico-filosófico moderno,
fluindo subsídios de monta à temática específica no nosso ambiente reflexivo.
Consoante se divisa
nas palavras judiciosas e lúcidas do mencionado Dr. Martinho Rodrigues, em
considerações propedêuticas aos oito módulos enfeixados no livro, lobriga-se o
empenho – acolitado pelo êxito – dos signatários de cada capítulo para cogitar
na natureza, estados e fronteiras do saber, nomeadamente das vinculações estreitas
entre quem investiga e o objeto passivo/indiferente, os dois extremos da
cognição, suporte da Teoria do Conhecimento.
Cuida, ainda, o
pugilo de assinantes desses escritos (conformando o número sete às
significações e alegorias registradas pela História), de analisar os
princípios, métodos e remates de certas correntes das teorias e práticas,
mensuradas na validade cognitiva de cada qual, ou delineadas no seu caminho
evolutivo, nos elementos paradigmáticos de sua estrutura, bem como nas relações
estabelecidas com a Sociedade e a História, o que conforma a Teoria da
Ciência.
Nos seus bem-afortunados
argumentos, os produtores dos capítulos tencionam deixar evidente a tarefa da Epistemologia
na distinção simples de exame da Lógica das Ciências, com vistas a
determinar o raio de ação de todo o corpo ordenado de conhecimentos. Com
efeito, ajunta-se, em parte, à Teoria do Conhecimento (Gnosiologia), a
qual provê de exemplos e ideações exatas, e, noutra parcela, máxime na
avaliação cognitiva de princípios e práticas das diversas taxionomias do saber
unificado, entre outras ligações.
O conjunto de
meditações filosóficas neste passo compreendido, há duas dezenas de anos
editado por ideia dos organizadores, docentes da U.F.C., colige o que há de
mais bem especulado por pensadores de nomeada, acreditados em todas as
inteligências e culturas.
Os escritores desta
obra cobriram, em sua congeneridade e indivisibilidade didática, matérias de Ciência,
Filosofia, Filosofia da Ciência, Metodologia Científica, Sistema do Conhecimento
e outros teores afins, achegando à acumulação bibliográfica desta seara um
repositório qualificado de arrazoados até então inéditos, prontificados a
estear, com a máxima proficiência, estudos propagados das matérias de que aqui
se ocuparam os produtores de esforço acadêmico de tanto vulto, que já serviu à
formação e desdobres dos saberes jungidos a esta enorme senda do conhecimento
ordenado parcialmente.
Vantagem enorme para
esta conjunção de compreendimentos científicos é ajuntar como peça do recheio
bibliográfico de todo o orbe este modelo que, há duas dezenas de anos, favorece
a evolução de estudos universitários insertados nestas matrizes do saber do
Mundo Três Popperiano.
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NOVO COLOSSO
DA INEXCEDÍVEL LITERATURA
DE
MÁRCIO CATUNDA
Vianney Mesquita*
[...] Indene de
suspeita é o fato de que apreciar os ardis histórico-literários de Márcio
Catunda é louvar-se nos prodígios da inteligência.
(V.M. in Paris e seus Poetas Visionários. Fortaleza, 2021).
Substancialmente polimorfo,
multiface e produtivo, eis que este decantado compositor literocientífico e artístico
cearense, reverenciado no Brasil e no Orbe inteiro, após curto lapso da edição
de Paris e seus Poetas Visionários, de 480 páginas de recheio aprazível
e ameno e veraz, mimoseia seus consulentes com outra produção do mais sublime
teor.
Este novo produto
editorial, ainda não editado e sob o desvelo artístico da inteligência naturalíssima
do Prof. Geraldo Jesuino, foi haurido em diversas vilegiaturas feitas a cidades
da Itália histórica e clássica – Veneza, Florença, Roma, Milão, Bérgamo,
Bolonha, Nápoles e aglomerados urbanos mais pequenos – o qual conforma, para
este seu leitor inveterado, a sua Maximum opus – circunstância rendida,
sempre, dês que outra assoma, haja vista o fato de que as qualidades dos seus
bens escritórios se superam à medida do tempo.
Neste giro, vezeiro na
ideação de operar peças densas para pedagogizar seus acólitos (a propósito, o benefício
do escritor à farta), não há no seu portafoglio de dezenas de volumes nenhuma
dessas conjunções com ínfimo quantitativo de páginas, daquelas que, conforme se
exprime, lhes seja ensejado “ficar de pé”, ao costume de um operador esforçado
por ser presumido - é exatamente esta a figura da litotes, aversa à
totalidade literária de M. C. - porém, anos-luz apartado da graça e do triunfo.
Abismal é a diferença, pois
todas contabilizam múltiplas laudas, guarnecidas de conteúdos alteados e
continentes vernaculares assentes na arte de Dante Alighieri, sem ascender aos
páramos da dificuldade exprimida (e espremida) na linguagem trombuda, bêbeda e
supostamente preciosa. Tampouco descende aos desvãos da elocução indigente,
desasada e, vez por outra, eivada da tangível indecência, deseixada de
configuração moral, malgrado haja seu formulador tencionado imprimi-la.
Quem ainda não atinou para
o ortografado à continuidade vai ter o repetido lance de certificar-se da
prontidão intelectiva do Escritor acarauense sob exegese, obtida em ambiências
acadêmicas e, mormente – na ocasião focalizada – em circunstâncias de cultura
informal e autodidaxia, quando, com determinação, demandou e logrou e hoje
ensina, feito mentor integral da senda deste saber, os juízos relativos às
Artes.
Inauguralmente, denotando
controle da língua italiana, como o faz com outras codificações europeias,
hospedou-se, decerto, nas ideias de Marco Vitrúvio Pólio – a tríade utilitas,
venustas e firmitas (utilidade, beleza e solidez) - para ter o
ensejo de versar sobre a insuperável Arquitetura das mencionadas metrópoles,
com impressionante detalhamento e irrepreensível seguridade, ao expor, também,
com a necessária dilação, a respeito da Pintura, Música, Escultura e Literatura
da bela Itália, insertando a latíssima História do Cristianismo, desde o
Império Romano herético, sintetizando, em conivência com essas expressões de
tanta engenhosidade, a transformação do paganismo em Cristianismo.
Será a maior e mais
profícua produção brasileira atinente à matéria, em todos os tempos, colhida,
com rigor e precisão, nos locis de suas ocorrências. Aguardemos a
entrega da obra, agora no primeiro trimestre de 2024, enquanto o escritor
Márcio Catunda, no corrente instante, se enreda pelas manifestações artísticas
da Espanha e de Portugal, para, no final do ano entrante, editar mais um volume,
enricando seu port-fólio e mimoseando seus consulentes com informações
preciosas e favorecidas de donaire artístico.
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