segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

CRÔNICA - O Castelo do Plácido e a Apolo 11 (GT)

 O CASTELO DO PLÁCIDO
E A APOLO 11
George Tabatinga*

 

Era o mês de julho, mês das férias escolares, e a meninada repetia as brincadeiras de sempre pelas ruas próximas ao famoso castelo abandonado, no coração do Bairro Aldeota, tempos atrás chamado Outeiro. 

A entrada principal era pela Av. Santos Dumont, que já foi Av. Nogueira Acioli, Número 9 e Do Colégio[1]. Aquela edificação utilizava uma quadra toda, com casas no entorno, tipo chalés, que serviam de moradia aos serviçais. 

Mas a garotada nada sabia a respeito. Bom mesmo era burlar a vigilância de um zelador que morava num pequeno espaço no fundo do castelo. Seja para procurar oitis, castanholas ou tentar subir pelas escadas até a torre que ainda teimava em continuar de pé, imponente. 

Foi no dia 20 de julho que aqueles meninos, quase adolescentes, tentaram a proeza maior de subir os degraus de madeira, cheios de buracos, para lá de cima enxergar a nave Apolo 11 descendo na lua.


 O mais afoito chegara como muito esforço e risco ao último degrau quando o vigia, de posse de uma lasca de pau, bateu com força no corrimão da escada, estremecendo todo o conjunto espiral já bastante comprometido. 

Por sorte ninguém despencou do alto, mas foi um desespero só: pedaços de madeira escada abaixo e perna presa na estrutura do prédio. Enquanto o malvado vigia marcava um a um e ameaçava, caso viessem a entrar no castelo novamente. 

Faltou “uma peínha de nada” para verem a espaçonave descendo na lua. Quem sabe, no próximo lançamento!



[1] Registro de João Nogueira em Fortaleza Velha, página 43.

Nenhum comentário:

Postar um comentário