...E OS
PÁSSAROS
DESAPARECERAM!
Jo Gu Bas*
NUMA quarta-feira que há pouco passou, estava à tardinha a contemplar um belo pôr-do-sol, quando fui surpreendido ao ver pousar no muro da área do apartamento do lado nascente, uma das raras aves que não cantam, apenas arrulham: uma linda rolinha a virar-se e revirar-se como se estivesse com piolhos ou pulgas, ou alguma preocupação (?). Por dois dias, a cena repetiu-se no mesmo local e hora, levando-nos a pensar em colocar algo para alimentá-la e, assim, ter aqueles momentos de alegria.
ILUSÃO apenas, pois o belo pássaro não mais retornou. E a tristeza com esses intermináveis tempos do Coronavírus aumentou ante a ausência dos cantos dos bem-te-vis, do arrulhar das pombas nas madrugadas, das buzinadas dos carros com a chegada das crianças aos colégios. E, também não sai da memória, a falta dos urubus – (o macho, a fêmea e o filhote) – com suas incríveis acrobacias, no ar pairando sem balançar as asas...
OS SONHOS fazem as noites e madrugadas se tornarem boas, mas o acordar traz-nos à realidade ao ouvir ou ler as notícias sobre o vírus, com milhares de brasileiros e brasileiras perdendo a vida. Há poucos dias, faleceu um conhecido advogado, residente no edifício onde moramos, vítima da pandemia. O seu sofrimento é indivisível: passou mais de três meses em tratamento, melhor dizendo sofrimento. Deixou esposa e três filhos menores.
COMECEMOS por amar, verdadeiramente, ao próximo.
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