quarta-feira, 11 de novembro de 2020

CRÔNICA - Almas na Janela (ES)

 ALMAS NA JANELA
Edmar Santos*

 

 

Quando as janelas que estão no rosto se abrem ao amanhecer, é o momento em que a alma se achega à luz para ver o mundo externo. 

Por vezes, olhando de dentro para fora, uma confusão de ideias lhe absorve. Tanto antagonismo nas outras janelas! Umas entreabertas, outras escancaradas, algumas ostentam persianas, tantas em alternância de abre e fecha. 

O que querem dizer? 

A alma que de suas janelas observa as demais, é ingênua e esperançosa, poética, talvez. Se encanta, se admira, se alegra, depois se decepciona, entristece, oscila entre lágrimas e sorrisos breves. Cansa, suspira.


Ao Crepúsculo torna a esperançar, insistente, persistente em acreditar que há de haver nas demais janelas que observa ao longe, outra alma igual a si; no mínimo que haja uma em semelhança, e que essa lhe possa ser parceira em ver o mundo externo como ela própria o percebe: um milagre. 

A noite vem escura e mansa, as janelas se fecham, a alma se recolhe ao mundo de dentro, este, nem sempre sereno. Adormece e sonha.

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