LUCIANO CARNEIRO
Vicente Alencar*
Com patrocínio do Instituto Moreira Salles (IMS), foi lançado no
mês de outubro o livro LUCIANO CARNEIRO - FOTOJORNALISMO E REPORTAGEM
(1942-1959), resgatando a memória desse notável fotojornalista cearense, cuja
trajetória ainda é muito desconhecida por seus conterrâneos.
Na internet (loja do IMS), o livro estava sendo vendido com 50% de
abatimento, ao preço promocional de R$ 64,75, sem incluir o frete.
Segue a resenha do livro e um perfil do organizador.
LUCIANO CARNEIRO –
FOTOJORNALISMO E REPORTAGEM (1942-1959)
Artista: Luciano Carneiro
Organização: Sergio Burgi
Em sua breve e profícua
carreira como fotojornalista, o cearense Luciano Carneiro (1926-1959)
documentou eventos históricos que marcaram a década de 1950, como a Guerra da
Coréia e a Revolução Cubana. Também produziu grandes reportagens sobre aspectos
da realidade brasileira, de conflitos fundiários a atos estudantis.
Nascido em Fortaleza em
1926, Luciano Carneiro teve uma trajetória rápida e abrangente. Aos 16 anos,
iniciou sua carreira no Correio do Ceará. Em 1948, ingressou na revista O Cruzeiro,
no Rio de Janeiro, onde se consagrou como fotojornalista. Além de produzir as
imagens, muitas vezes assinava os textos das matérias.
Ao longo de 11 anos
de atividade na revista, cobriu temas brasileiros e internacionais, viajando do
Japão à União Soviética, do Egito de Nasser à Iugoslávia de Tito. Em 1959, aos
33 anos, sua trajetória foi interrompida bruscamente, quando faleceu em um
acidente de avião, no retorno de um trabalho em Brasília.
Este livro é o primeiro a
percorrer de forma abrangente a carreira e obra de Carneiro, cujo acervo está,
em parte, sob a guarda do IMS. A publicação reúne mais de 170 imagens e cerca
de 35 matérias.
Também apresenta uma
cronologia detalhada da vida do fotógrafo. O material exibido no livro provém
do acervo de Carneiro, sob a guarda do IMS, e dos arquivos da revista O
Cruzeiro, hoje parte do acervo do jornal Estado de Minas.
Na equipe de O Cruzeiro,
Carneiro atuava ao lado de uma nova geração de fotógrafos como José Medeiros,
Flávio Damm e Henri Ballot. Inspirados no chamado fotojornalismo humanista, que
surge no pós-guerra com nomes como Robert Capa e Henri Cartier-Bresson,
buscavam construir narrativas críticas, com o teor autoral e engajado com as
questões sociais.
Foi com essa perspectiva,
em um contexto de Guerra Fria marcado pela polarização, que Carneiro rodou o
mundo. Uma de suas principais coberturas – que ganha destaque no livro – foi a
da Guerra da Coréia.
Em 1951, conseguiu
obter credenciais para entrar no país, tornando-se, com apenas 25 anos, um dos
únicos repórteres sul-americanos a cobrir o conflito. Carneiro publicou um
total de 10 matérias sobre a guerra. Fotografou Seul destruída, acompanhou
tropas turcas e colombianas, retratou militares feridos, prisioneiros de guerra
e civis em fuga. Também foi um dos quatro correspondentes que saltou de
paraquedas ao lado do exército americano sobre as linhas inimigas na Coreia do
Norte.
A publicação também destaca
a cobertura da Revolução Cubana. No início de 1959, Carneiro acompanhou os
momentos finais da queda do regime de Fulgêncio Batista. O fotógrafo documentou
a entrada de Fidel Castro em Havana, entrevistando o líder revolucionário e
outros dirigentes. Também testemunhou os julgamentos e fuzilamentos de oficiais
da repressão do antigo regime. Em maio de 1959, registrou a visita de Castro a
Brasília, onde o líder cubano foi recebido por Juscelino Kubitschek.
SERGIO BURGI
Formado em Ciências Sociais
pela Usp em 1981, ano em que ingressou no curso de Mestrado em Conservação
Fotográfica da School of Photographic Arts and Sciences, do Rochester Institute
of Technology (EUA) onde obteve em 1984 os diplomas de Master of Fine Arts in
Photography e Associate in Photographic Science pelo Rochester Institute of
Technology. Foi coordenador do Centro de Conservação e Preservação Fotográfica
da Funart entre 1984 e 1991.
É membro do Grupo de
Preservação Fotográfica do Comitê de Conservação do Conselho Internacional de
Museus (Icom) e desde 1999 coordena a área de fotografia do Instituto Moreira
Salles, principal instituição voltada para a guarda e preservação de acervos
fotográficos no Brasil.
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PÍLULAS DE FELICIDADE
Almir Gadelha*
Este é o meu mais
recente livro, que está no prelo, e em breve disponível ao leitorado.
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