O TERROR E
A ERA DOS RESSENTIDOS
Rui Martinho Rodrigues*
Vivemos a era dos ressentidos. Teorias
conspiratórias e promessas messiânicas assumidamente religiosas ou pseudolaicas
prometem o paraíso terrestre. O ódio cresce. Guerra para roubar petróleo ou
para salvar a economia são teorias conspiratórias. Embora esteja sobrando
petróleo e seja mais caro tomar do que comprar o óleo, semeiam o ódio, mas não
reconhecem a responsabilidade que têm na explosão de violência.
Religiosas, em sentido estrito, são
guerras que prometem paraísos com virgens na outra vida e um adiantamento de
escravas sexuais antes da morte, além de propagarem o ódio e a guerra aos
infiéis. Há quem queira minimizar o papel desta religiosidade. É o outro tipo
de religião, concorrente do paraíso celestial com a promessa de céu na terra. O
ópio dos intelectuais tem responsabilidade pelo terror.
Pregar o ódio serve para reprimir o
uso da razão. É preciso semear o ódio para manipular pessoas, para dominá-las.
Mentir é um meio para tanto. Odiar a desigualdade, a riqueza do outro é parte
do jogo de poder. Inflar a presunção de direitos, acirrando a inveja,
camuflando-a com a aparência do nobre sentimento de igualdade, estimular a
ideia de que por ter nascido todos têm direito a tudo, sem nenhuma obrigação recíproca,
fazer crer que a riqueza é um jogo de soma zero, dizendo que “para existirem
ricos é preciso que existam pobres”, dizer que “o desenvolvimento de uns
resulta do subdesenvolvimento de outros” é pregar a mentira porque alguma coisa
há de ficar.
A Inglaterra se desenvolveu por ter
feito a Revolução industrial. A Espanha saqueou mais do a Inglaterra e não se
desenvolveu. O subdesenvolvimento é um estado originário, não é a evolução de
uma relação de exploração.
O ódio às diferenças religiosas (eclesiásticas
ou pseudolaicas), entre nacionalidades, classes sociais, etnias ou simples
entre fenótipos diferentes, quando não existe etnia, como na maioria dos casos
no Brasil, é fator relevante para o ódio. A guerra fria foi a III GM. A atual é
a IV GM, mais de propaganda que de armas.
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