Apresentação de Professor e Livro
Análise Matemática – princípios e aplicações na
Economia(1)
Vianney
Mesquita*
Todas as Ciências
guardam seus atrativos, não havendo outra, porém, que se exceda à Matemática,
ou até, que se lhe iguale no poder de absorver a atenção, e em distrair
poderosamente o espírito de toda espécie de objetos (JAIME Luciano Antônio BALMES Y Urpiá - *Vic,
28.08.1810); +Barcelona, 09.07.1848).
Travei
conhecimento com o Prof. Dr. Sebastião Carneiro de Almeida no final dos anos
1960, no então desengonçado Bairro de Nazaré, perto das antenas e transmissores
da PRE-9, velha Ceará Rádio Club e primeira emissora radiofônica de Fortaleza,
quando ambas as famílias se haviam deslocado do Interior do Ceará para
Fortaleza, a dele procedente de Boa Viagem e a minha originária de Palmácia (4
de agosto de 1960).
Ambas as transferências foram motivadas, entre
razões menores, pela necessidade de prosseguição dos estudos dos filhos, pois
nossos lugares, menos a “Terra do Cavalo Morto” do que a minha Palmeiras, do
Monsenhor Gumercindo Sampaio, não reuniam equipamentos suficientes de preparação
educacional no plano universitário.
Já naquele tempo, hoje tão retrocedido, nossos
pais, à frente de suas épocas, exercitavam raciocínio bem pretensioso a este
respeito, pelo que restaram recompensados com a boa formação dos seus naturais,
por eles patrocinada com denodo e sacrifício, ao ponto de, no caso onde me
incluo, em uma sucessão de 12 filhos – duas mulheres e dez homens – dois
lograrem a obtenção de certificados acadêmicos de graduação na Universidade
Estadual do Ceará e dez receberem diplomas de grau superior na Universidade
Federal do Ceará – ambas as academias públicas (e por intuitivos e óbvios
pretextos), sem referência, por descabido no momento, aos programas de
pós-graduação em sentidos estrito e largo pelos quais a maioria foi
certificada. Com a família do meu amigo Prof. Dr. Sebastião, também, não foi
muito diferente: a vitória foi completa.
Quando
se é menino – e até chegar à juventude – vigoram, no âmbito familial e nos
grupos de amigos, os hipocorísticos, aqueles afetuosos cognomes para tratamento
diuturno, os quais desaparecem, entretanto, logo chegada a adultícia, pois, na
ambiência profissional e social, a eles é defeso lugar, hajam vistas a
formalidade das conversações e a necessidade de recusar os tratos do recesso
familiar, absolutamente alheios aos nossos circunstantes da convivência dial.
Jamais
tive hipocorístico, mas ele sim, e, após largo tempo sem nos reunir, a não ser en passant, de través, rapidissimamente
– conquanto militássemos na mesma instituição, eu no Campus do Benfica e ele no Campus
Pici da nossa U.F.C. – uma vez, ao cumprimentá-lo, tive a vontade de
tratá-lo pelo codinome familiar, porém me reprimi, hajam vistas as presenças de
colegas de magistério seus e meus que me não deixaram à vontade para de tal
modo proceder.
A
despeito de ele ser mais novo do que eu, fui seu aluno de Matemática no Curso
Edson Luís (2), no fim dos ‘60, preparatório para exames vagos das faculdades
de então, que funcionava no Instituto Joaquim Nabuco (3), de propriedade do
nosso amigo comum, Prof. Valmir Monteiro Barbosa, cujo pequeno grupo docente
era complementado pelos seus irmãos Maria Carneiro de Almeida e Francisco
Carneiro de Almeida. Ela veio a ser também regente universitária na Bahia e ele
diplomata de carreira, havendo servido em diversas embaixadas do Brasil, de
sorte que os três (Francisco já noutra dimensão) de luminosa inteligência e
raríssimo preparo, sendo o Tião Carneiro de Almeida um dos maiores matemáticos
nacionais, detentor de todos os títulos acadêmicos stricto sensu obtidos no Brasil e nos Estados Unidos – Universidade
da Califórnia (Berkeley) e Universidade de Nova York - Stone Brook.
Jubilado
por tempo de serviço como Professor Titular do Departamento de Matemática da
Universidade Federal do Ceará, pela qual obteve diplomas de bacharel e mestre
nesta Ciência, submeteu-se a concurso para o Departamento de Economia
Aplicada da Faculdade de Economia,
Administração, Contabilidade, Atuária e Secretariado Executivo da mesma U.F.C.,
onde é agora Professor-Adjunto.
Recentemente,
em passeio à praia das Flexeiras (Município de Trairi) propiciado pelo
Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Ceará – ADUFC-SINDICATO –
tivemos, eu e minha Socorro e ele e a Socorro dele, a oportunidade de tirar o
atraso das conversas, recordar causos, contar potocas, jogar conversa fora e
curtir o que nos foi possível.
Na
oportunidade, solicitou que revisasse mais um trabalho acadêmico de sua autoria
para publicar outro livro da Ciência de seus cuidados. Quando fui entregar os
originais no seu gabinete, na sede do CAEN – Programa de Pós-Graduação em
Economia, ele me deu como presente o livro da fotografia, do qual procedo,
agora à apresentação, sem, evidentemente, me remeter aos segredos, para mim
“secretíssimos”, da Ciência de Gervásio Colares e João Lucas Marques Barbosa,
limitando-me a comentar os proveitos da Matéria Exata percorrida pelo autor, em
benefício da Economia e de seu disciplinamento afim.
O
texto arrima-se basicamente nas preleções de Economia Matemática, disciplina
ministrada por S.C.A. para estudantes no começo da pós-graduação, sendo seus
conteúdos do conhecimento geral na Academia e material que já serviu de suporte
para diversos artigos aí produzidos, consoante é expresso pelo Autor.
Procura, com efeito, iluminar com
exemplificações práticas do ramo científico de estudo do Prof. Dr. Ciro
Nogueira Filho os diversos argumentos do esgalho científico exercitado pelo Prof.
Dr. Paulo de Melo Jorge Neto, numa simbiose interdisciplinar necessária e
saudável, a fim de aportar ao que foi mencionado pelo Prof. Dr. Ataliba nas
abas do volume – possibilitar [...] maior
capacidade de aferição dos problemas investigados.
Conforme
evoca, nas guarnições desse livro, o há instantes referido Prof. Dr. Flávio
Ataliba, é fato de saber geral que as ocorrências fenomênicas vinculadas às
Ciências Aziendais, mormente a Economia, se fazem mais complicadas à medida do
tempo, exprimindo, em razão da elasticidade do conhecimento ordenado,
particularidades no que respeita ao chamamento à discussão interdisciplinar,
estreitando, sempre mais, os laços da Ciência, de um modo geral.
Prosseguindo
na esteira raciocinativa deste professor, o pendor do saber de ciência, cada
vez mais ocorrente sob o prisma fático, solicita dos seus diligentes operários,
analistas de ofício – no caso desse livro, de investigadores das Ciências
Econômicas – o emprego de novos expedientes matemáticos, a fim de que a eles
sejam propiciadas mais aptidões para mensurar, à certeza relativa, os fatos
econômicos (sob o prisma da certeza absoluta, imanente aos cálculos da Ciência
Matemática), advindos como resultado de suas perquirições sob o crivo da
pesquisa.
N
O T A S
(1)
Análise Matemática – princípios e
aplicações na Economia. Série Estudos Econômicos – CAEN. Conselho de Pós-Graduação
em Economia – U.F.C. Fortaleza-Ceará, 2007.
(2)
Homenagem ao estudante secundarista belenense Edson Luiz de Lima Souto,
assassinado pelo aspirante Aloísio Raposo, no dia 28 de março de 1968, no
Calabouço, quando de reunião preparatória para uma passeata contra os preços da
alimentação desse restaurante. Morreu, também, o estudante Benedito Frazão
Dutra. Foi um dos piores momentos dos chamados Anos de Chumbo.
(3)
Instituto Joaquim Nabuco, cujo diretor-proprietário foi o nosso amigo – meu e
do Tião – professor secundarista de elevados dotes professorais Valmir Monteiro
Barbosa. A industriosidade cearense moleque elegeu como slogan da denominação: “Instituto Joaquim Nabuco – Entra Burro e
sai Maluco”.
*Vianney Mesquita
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