A LIÇA
Aluísio Gurgel do Amaral Jr.
Era maio de 1993. Eu retornava de Brejo Santo para Jati. Pelas dezoito e trinta fui interceptado por uma Ford F1000 Luxo, após a Piçarra. Desceram dois homens armados querendo saber quem era eu.
Identifiquei-me como Juiz de Direito. Observei que estavam em minha jurisdição, armados, descaracterizados e que deveriam ser do serviço reservado e que, portanto, se identificassem.
O único falante declarou que quem dava as ordens era ele, e perguntou se eu estava armado. Enfiei a mão no paletó e o outro interrompeu, apontando-me a arma. Recomendei-lhe calma, e com suavidade retirei e destampei minha caneta esferográfica, a exibi ao falante, e disse:
“O que eu não puder fazer com a ponta desta caneta, não é com arma que eu vou conseguir!” O falante recuou à camionete, conversou com alguém por meio minuto e me liberou.
Reiterei estar em minha jurisdição e que eles
se retirassem. Obedeceram. Tornei ao interior do meu Ford Verona sob a noite
estrelada, relaxei e me urinei todo.
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