quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

CRÔNICA - Nobre Missão (PN)

 NOBRE MISSÃO
Pierre Nadie* 

 

Sonhos, quem não os tem? Sonhos, quem os realiza? 

Hoje, 20 de dezembro, volto-me, mente e espírito, para contemplar um sonho, pelo qual dei toda a minha vida e emprestei todas as minhas energias. 

Um sonho sonhado na minha profunda intimidade, e realizado no convívio com tantos outros, colegas, amigos e amigas, que tal desiderato uniu – e o tempo não apagou os rastros de amizade e de respeito. 

Hoje, faz 46 anos de amor por esta profissão tão sublime quanto humana, tão nobre quanto vital. Tivemos bons mestres, respeitáveis e competentes. Constrangimentos e percalços aconteceram, porém jamais nos desencorajaram. Ao contrário, fortaleceram nossa garra de luta, pois, sem sentido, a vida perde o sabor e, sem ele, vai-se a razão de ser. 

Fomos diplomados médicos em 1976. De lá até o fim de nossos dias, somos médicos, curadores de homens e mulheres.

 

Alguns já nos deixaram, e esses, missão cumprida, merecem todo respeito e solidariedade. Numa outra dimensão eles repousam. Porém, sua história permanece conosco. Deixaram-nos, sim, mas não se foram: sua memória e seus feitos jamais morrerão. 

Guerreiros, fomos à luta. Travamos seis anos de batalhas para alcançar o objetivo almejado. Talvez a mais ingrata tenha sido no segundo semestre do quinto ano de Medicina. Uma reforma atingiu-nos de cheio e manchou a unidade processional de nossa caminhada turmal: dividiu-nos, estressou-nos e nos instou a sair de semestres para uma pedagogia de créditos. Desestabilizou-nos a unidade acadêmica, porém, não conseguiu desacreditar nossa amizade. 

Fizemos nossa hora. Continuamos unidos. Continuamos médicos e médicas. Aguerridos, somos vencedores e vencedoras. Nossos aplausos são nossos pacientes, que tangeram nossas mãos em nossa obra curativa. 

Deus nos abençoe a todos! 

(Em 20 de dezembro de 2022)

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