Foi muito proveitoso o 1º Fórum Sobre a Convulsão Social de
2013, no auditório da Federação das Indústrias do Estado do Ceará, evento
promovido pela Academia Cearense de Literatura e Jornalismo, cujo objetivo era
analisar as causas e consequências das manifestações populares que tomaram as
ruas do Brasil neste último mês de junho.
Iniciou a solenidade o Presidente da ACLJ, Rui
Martinho Rodrigues, jurista e professor de história política na Universidade
Federal do Ceará, que abriu os trabalhos com um amplo painel analítico das
motivações tradicionais de greves e protestos, até então promovidos por
minorias sociais, em defesa de seus interesses corporativos, enquanto que desta
vez se observou uma mobilização da sociedade como um todo.
Também falaram o acadêmico decano da ACLJ, o Prof. Roberto
Martins Rodrigues, um dos grandes constitucionalistas cearenses, o advogado e
jornalista Alfredo Marques Sobrinho, o Deputado Heitor Ferrer e o Vereador Wagner
Sousa, o Capitão Wagner, líder da grande mobilização da Polícia Militar do
Ceará, que se amotinou em dezembro do ano passado, protestando por melhores salários,
entre outras reivindicações profissionais.
Digna de nota a participação da jornalista Raquel
Scarano, repórter da TV Diário incumbida de cobrir o fórum, e que se quis
manifestar para apresentar o seu depoimento pessoal sobre as manifestações em
Fortaleza, as quais acompanhou pessoalmente, fazendo a cobertura jornalística.
Ela discordou da fala dos que a antecederam, desmistificando o entendimento de que os manifestantes de junho tivessem qualquer consciência política, pois os que ela entrevistou sequer sabiam a que se referia a PEC 37, contra a qual protestavam em suas palavras de ordem e em seus cartazes.
Ela discordou da fala dos que a antecederam, desmistificando o entendimento de que os manifestantes de junho tivessem qualquer consciência política, pois os que ela entrevistou sequer sabiam a que se referia a PEC 37, contra a qual protestavam em suas palavras de ordem e em seus cartazes.
Raquel chamou o movimento de
“Revolta dos Ipods”, pois
lhe pareceu que os jovens estavam mais interessados em se fotografar e fazer
postagens nas redes sociais que em conseguir qualquer mudança na política do
País, em qualquer esfera de poder. Tudo oba-oba, por conseguinte.
Contou ainda a repórter que, durante
a cobertura de uma das mobilizações, um manifestante lhe atirou uma pedrada,
que atingiu um cinegrafista da equipe, e penetrou na multidão, não sem antes
ter tido a fisionomia observada.
No final do dia ela foi chamada a
uma delegacia para registrar um episódio de abuso policial. Um inocente
professor de história teria sido preso de forma arbitrária, quando se
encontrava numa parada de ônibus, próxima à manifestação. Pois o professor
preso era o mesmo manifestante que a apedrejara horas atrás.
Inscritos para o próximo fórum da ACLJ sobre o tema, todos presentes à primeira edição, o jurista Djalma Pinto, o jornalista e sociólogo Arnaldo Santos, o jovem ambientalista João Pedro Gurgel, o Secretário de Governo Alexandre Pereira, do Conselho Estadual do Desenvolvimento Econômico, dentre outros.
Alexandre Pereira |
Arnaldo Santos |
Nenhum comentário:
Postar um comentário