Há rumores de que
alguém haja entendido que a ACLJ esteja se imiscuindo em assuntos políticos,
seja pelos temas de artigos publicados no Blog, seja por haver promovido o bem
sucedido fórum sobre a convulsão social que a sociedade brasileira defrontou
neste último mês de junho.
De fato, o art. 15
do Estatuto da ACLJ proíbe a entidade de se envolver em questões religiosas e
político-partidárias, pois isso dissentiria de seus objetivos sociais, que são promover a cultura da língua falada e escrita no Estado, conforme consta no
art. 1º do seu referido Estatuto.
Isso significa
principalmente que não pode haver de parte da Academia ações institucionais
positivas ou negativas de cunho político-ideológico, como seja enaltecer e
privilegiar pessoas naturais ou morais em função de convicções que nutram ou
que professem, ou, por outra, discriminar indivíduos ou estamentos pelas ideias
que concebam ou pelas bandeiras que defendam.
Com efeito, há
entre os confrades pessoas de todas as tendências políticas e orientações
ideológicas, os quais, individualmente, não estão proibidos de manifestar seu
pensamento com matérias assinadas no órgão de comunicação social e
relações públicas da ACLJ, que é o nosso Blog Oficial.
A nossa
instituição prima pela democracia e pela liberdade de expressão, de modo que
não poderia praticar censura ideológica sobre os textos dos seus membros –
desde que estes preservem a elegância acadêmica e não tenham pretensões
proselitistas, nem recorram a ignomínias que visem a incitar ilicitudes.
Ademais, sendo a
ACLJ uma confraria de intelectuais e pensadores, de cientistas sociais e de
formadores de opinião, não pode ela se furtar de analisar profundamente,
inclusive concitando a sociedade, para tirar conclusões objetivas e para
publicar pareceres, o desempenho da administração pública nacional.
Por outro lado,
não pode uma instituição de escritores e jornalistas se abster de escrutinar
fenômenos políticos, culturais, éticos e morais que envolvam a coletividade,
desde que sem inflexão eleitoreira, como as manifestações sociais que eclodiram
de repente no País, em junho passado.
De resto, a
literatura ligeira e a imprensa jornalística não podem ser infensas nem estar
alheias aos processos sociais ao longo da história – e mesmo a prosa e a poesia
clássicas marcam os fatos de época com que se identificam, constituindo
registros valiosos dos períodos em que se inspiram e em
que são produzidas, ainda mesmo em tramas ficcionais e em peças com conotação
de cunho lírico ou histriônico.
Reginaldo Vasconcelos
Secretário-Geral
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