sexta-feira, 12 de julho de 2013

NOTA ACADÊMICA

Há rumores de que alguém haja entendido que a ACLJ esteja se imiscuindo em assuntos políticos, seja pelos temas de artigos publicados no Blog, seja por haver promovido o bem sucedido fórum sobre a convulsão social que a sociedade brasileira defrontou neste último mês de junho.

De fato, o art. 15 do Estatuto da ACLJ proíbe a entidade de se envolver em questões religiosas e político-partidárias, pois isso dissentiria de seus objetivos sociais, que são promover a cultura da língua falada e escrita no Estado, conforme consta no art. 1º do seu referido Estatuto.

Isso significa principalmente que não pode haver de parte da Academia ações institucionais positivas ou negativas de cunho político-ideológico, como seja enaltecer e privilegiar pessoas naturais ou morais em função de convicções que nutram ou que professem, ou, por outra, discriminar indivíduos ou estamentos pelas ideias que concebam ou pelas bandeiras que defendam.

Com efeito, há entre os confrades pessoas de todas as tendências políticas e orientações ideológicas, os quais, individualmente, não estão proibidos de manifestar seu pensamento com matérias assinadas no órgão de comunicação social e relações públicas da ACLJ, que é o nosso Blog Oficial.

A nossa instituição prima pela democracia e pela liberdade de expressão, de modo que não poderia praticar censura ideológica sobre os textos dos seus membros – desde que estes preservem a elegância acadêmica e não tenham pretensões proselitistas, nem recorram a ignomínias que visem a incitar ilicitudes.

Ademais, sendo a ACLJ uma confraria de intelectuais e pensadores, de cientistas sociais e de formadores de opinião, não pode ela se furtar de analisar profundamente, inclusive concitando a sociedade, para tirar conclusões objetivas e para publicar pareceres, o desempenho da administração pública nacional.

Por outro lado, não pode uma instituição de escritores e jornalistas se abster de escrutinar fenômenos políticos, culturais, éticos e morais que envolvam a coletividade, desde que sem inflexão eleitoreira, como as manifestações sociais que eclodiram de repente no País, em junho passado.

De resto, a literatura ligeira e a imprensa jornalística não podem ser infensas nem estar alheias aos processos sociais ao longo da história – e mesmo a prosa e a poesia clássicas marcam os fatos de época com que se identificam, constituindo registros valiosos dos períodos em que se inspiram e em que são produzidas, ainda mesmo em tramas ficcionais e em peças com conotação de cunho lírico ou histriônico.
Reginaldo Vasconcelos
Secretário-Geral    

Nenhum comentário:

Postar um comentário