Novo Livro de Ítalo Gurgel:
DESDE O TÍTULO,
SUBLIME INFLUXO
Vianney Mesquita
(Da Academia Cearense da Língua Portuguesa).
Non sono i titoli a illustrare le persone; questi però sono ciò che
danno luce ai titoli. (Niccolò di Bernardo dei
Macchiavelli, pensador renascentista. Florença, 03.05.1469; 21.06.1527).
AFEIÇÃO E NOSTALGIA
“Para a Tereza est’obra é edificada,
Porque tudo com ela teve início,
Por ela e nela”, o gradil do edifício
Remansa, intato, dês sua fachada.
Da bonomia, matéria é enxertada,
No imo do autor, mestre de ofício,
Logo, do bem denota o frontispício
Duma simpleza personificada.
Erguidamente afeito à língua-prosa,
De inopino, inscreveu-se na poesia,
Com estrofes de erguida urbanidade.
Em dez ictos, pois, nomina e glosa
Ao cortejar, de pronto, a nostalgia,
Cantos de Benquerença e de Saudade.
Evidentemente, por não ser azado o ensejo (ainda não experimentei o lance de o ler com detenção), deixo de proceder a comentários mais penetrantes, projetando fazer isso no tempo adequado.
Inaugurativamente, individualizo o fato de esse escritor de tão subidos predicados – morais, intelectuais e outros associados a pessoas credoras de benignidade – haver decidido inscrever-se na esfera desta propensão nostálgica, ajuntando poemas em pés clássicos, conforme sucede com os segmentos/parte do volume sob lábil comentário. Esta ocorrência certifica, incontroversamente, sua capacidade de arrostar a produção de componentes linguísticos próprios desse estalão da Literatura, configurado na ventura do bem poético, ora magnificamente operado pelo autor, a julgar pelas três ou quatro peças por mim transitadas, antes de vir a público na escoliada edição.
Ítalo Gurgel, na qualidade de docente dos patins elevados de estudos e perquisições acadêmicas, sobre haver sido e continuado feito produtor de livros de cariz científico no terreno das ciências literárias e na feição dos ramalhos da História – suas circunstâncias universitárias ao extenso da vida – estampa um cidadão leve, polido, dotado, pela Providência, de uma civilidade propícia a conquistar parceiros e admiradores, complexo de pessoas por ele contabilizado a mancheias. Não é interdito expressar o fato de que estou na dita fila, desde que o conheci nos preteríssimos mil e novecentos e setenta.
Não sei se, de adrede ou por estreme casualidade, imprimiu à denominação de sua novel produção um verso decassílabo lusitano – Cantos de Benquerença e de Saudade – o qual, a ele pedido como suprimento, perfaz meu Afeição e Nostalgia, transferido para cá em sua reverência.
Se sobrou tal deciso de caso pensado, está assente a comprovação de seus haveres poéticos, adicionados ao patrimônio cultural e científico aglomerado no seu fértil portefeuille haurido nos lindes das delongas inerentes ao senhor tempo, desde que chegado a Fortaleza, em 1964, proveniente de Caraúbas-RN, onde nasceu em 1948.
De outra vertente, caso haja sido simples contingência redacional, já se lobriga a normalidade conducente à expressão dos devaneios inspirativos do seu estro, ora concertado no âmbito de Cantos de Benquerença e Saudade.
Por
determinação da verdade, neste passo, impende dizer-se que o Professor Ítalo
Gurgel já não é apenas da nata periodista, docente de Língua e Literatura
Francesa, bem assim de outros teores linguísticos e jungidos ao saber
parcialmente ordenado. Isto porque, nesta hora, vagueja feito um menestrel,
cuja substância suntuosamente delineada pelo Prof. Myrson Melo Lima, nas
considerações preambulares ao livro em comento (sob minha decodificação)
protege a família e os amigos, bem como a estende às melhores proposições, a
fim de apregoar sua poética, oferenda não propiciada aos vates mais pequenos.
Nesta produção ítalo-gurgelana, adonde “A família é toda uma galáxia” (e da qual intento, azadamente, me referir com certa profundez de cobertura), transporto o consulente à epígrafe lavrada pelo florentim, mestre e pensador-mor do Renascimento, Nicolau Maquiavel, a quem despejo razões, ao expressar a ideação de que os títulos não ilustram as pessoas, porém estas é que os esclarecem, ao procederem de acordo com o que as titulações exigem.
De tal sorte, é o escritor e agora poeta Ítalo Gurgel quem guarda o mister de prosseguir na concessão da honra aos seus títulos universitários, científicos, literários et reliqua e, extensivamente, às denominações das matérias provindas do seu ardor inventivo.
Abraço de parabém pela publicação de mais uma obra a engrandecer o recheio literário brasileiro de qualidade, gazofilácio de bens intelectuais de estimação indescartavelmente altiva.
Em francês meio derribado, diversamente do seu, correto e clássico como professor da matéria, procedo-lhe a este preito:
C’est une immense gloire d’avoir l’opportunité d’écrire cest notes.
Abraço.
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