POESIA - Improvável (MJ)
IMPROVÁVEL
Josefina*
Eu
nasci improvável
No
ventre de minha mãe.
Meu
corpo esqueceu de me dar
Um
cérebro inteiro!
Eu
nasci improvável!
Venci
a improbabilidade
De um
dia, um mês, um ano,
uma
década!
Eu vivi
improvável.
Em um
mundo que não conheci,
Entre
pessoas com quem não convivi,
Em um
corpo que não foi meu. Improvável!
Improvável
comunicação!
Apenas
gritos que minha garganta emitiu.
Sinais
que meus olhos falavam,
Boca
que só recebeu, nunca falou!
Improvável
velhice.
Estou
velha, meu corpo sabe. Todos sabem, eu sei, não tenho mais lugar. Improvável
morte.
Morte
desejada, morte adiada, morte que não morre.
Vou
morrer improvável???
Para Dinda!
Que a receba na sua paz.
Fortaleza,16/08/21.
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