Afinal,
qual é o melhor Batman?
João Pedro Gurgel*
A
dúvida é atual e pertinente. O filme de Matt Reeves chegou. Trouxe Robert Pattinson
vivendo o icônico personagem, que já soma quase um século encantando gerações
de fãs. Diante de tantas releituras, uma dúvida se sobreleva: afinal, quem foi
o melhor a dar vida ao homem-morcego?
A questão demanda um parâmetro. Se analisarmos em termos de bilheteria, a trilogia de Christopher Nolan alçou uma das maiores da história do cinema. O atual “The Batman” já soma a 2ª maior bilheteria desde o início da pandemia. Contudo, se considerarmos apenas números e vendas, corremos o risco de cometer graves injustiças quanto aos bravos atores que antecederam a mídia e o aparato tecnológico de que dispomos hoje.
A pergunta volta a não ter resposta, cabendo
então ser reformulada. Repensada. Para questionar: o que faz de Batman, Batman?
O que há de especial na história de um homem fantasiado que busca justiça?
Ora, Batman não tem poderes. Não solta lasers. Não voa. Mesmo dispondo da
criatividade e possibilidades dos roteiristas em quadrinhos, Batman nunca
deixou de ser um homem. Finito. Limitado. Quebrantável. Mas, mesmo assim, nunca
deixou de ser um herói aos nossos olhos.
Isso porque o que talvez faça de Batman,
Batman, não seja a luta, as roupas ou os recursos. É a virtude. A luta por
justiça. A irresignação de perder para o mal. A habilidade de dia e noite fazer
o que acredita, independente das sombras que o rodeiam.
Tudo isso me leva a crer que o mundo está
cheio de “Batmans”. Não nos faltam exemplos de pessoas que devotam a vida a uma
causa, de forma a se tornarem símbolos de suas lutas. Seja o combate às
desigualdades sociais. A luta pelo meio ambiente. Por mais solidariedade.
Enfim. Todas estas e muitas outras lutas prescindem de recursos e capas, e
aproximam cada um de seus atores, do que é ser um herói.
O melhor Batman, afinal, não precisa ser o do
cinema. Ele (ou ela, a Batwomen) pode estar na sua cidade. Na sua rua. E até
mesmo na sua casa. Enfim. O melhor Batman pode estar até dentro de você mesmo.
E não espere “batsinal” para cumprir o seu chamado.
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