domingo, 29 de maio de 2016

LIVRO NO PRELO - Por Que Antecipar o Fim? (VM)


POR QUE ANTECIPAR O FIM?
(Edições U.F.C.)
Vianney Mesquita*

Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. (APOCALIPSE, 1-8).

Perfaz em 2016 trinta e seis anos que opera uma das mais prestigiosas casas publicadoras de livros acadêmicos do País – as Edições UFC – instituída pelo descortino do então reitor da Universidade Federal do Ceará, Professor Paulo Elpídio de Menezes Neto, em 1980, ocasião em que ele transformou o exercício amador da publicação de material librário de cunho universitário na UFC em perfil profissional, no âmbito das compreensões modernas da atividade.

Experimentei a dita de haver sido seu dirigente, secundando a Professora Doutora Maria Adísia Barros de Sá, sua primeira secretária-executiva, quando pertenciam ao seu Colegiado Editorial intelectuais e docentes da Instituição, como a própria Profa. Adísia e os professores José Carlos da Costa Ribeiro, Fran Martins, Denizard Macedo e Afrânio Aragão Craveiro, entre outros que os sucederam. Era essa troupe de expeditos conselheiros que concedia pareceres – prática ainda hoje ocorrente sob a batuta do Prof. Antônio Cláudio Lima Guimarães – cada qual em sua especialidade, de modo a conferir qualidade às obras a editar.

Impõe-se considerar, de passagem, o fato de que, in illo tempore, a Imprensa Universitária não procedia convenientemente às seleções, muito embora, sob o espectro histórico, tenha sido a maior casa publicadora do Ceará, especialmente dos docentes da Instituição, mas também de outros escritores coestaduanos, sob a vigilância constante do Fundador da UFC – Reitor Antônio Martins Filho – “tipógrafo aos onze anos”. Eu mesmo cheguei a editar com sua marca - Imprensa Universitária - por exemplo, Estudos de Comunicação no Ceará (com Gilmar de Carvalho, 1985) e Impressões – Estudos de Literatura e Comunicação1989).

Depois do instituto das Edições, experimentou-se uma época em que era férvida a movimentação editorial acadêmica no País, com a realização de encontros universitários em várias academias nacionais, criação de programas oficiais de incentivo ao livro, como o PROED – Programa de Incentivo Editorial às Universidades (por meio do qual publiquei, conforme a pesquisadora paranaense Leilah Santiago Bufren – o primeiro trabalho sobre editoração universitária no País, o Sobre Livros – Aspectos da Editoração Acadêmica, com prefácio do Prof. Geraldo Jesuino da Costa) e a Associação Brasileira de Editoras Universitárias – ABEU, entre muitos projetos desenvolvidos por instituições patriais de ensino, pesquisa e extensão.

Felizmente, a Edições UFC constitui uma das muitas casas publicadoras que restou altiva nos seus desígnios iniciais, prosseguindo sobranceira nos elevados propósitos de selecionar e editar obras de cunho científico e passíveis de circulação em todo o Brasil e no orbe estrangeiro, exatamente em razão de sua incontroversa qualidade, sob a segura destra do mencionado Prof. Cláudio Guimarães, o qual, a cada dia, lhe concede mais alento, mercê de sua competência e descortino universitários não muito comuns.

Eis que tramitam pelas suas carteiras, em passos habituais e necessários, os originais do conjunto de Por que Antecipar o Fim?, organizado – e também escrito – pelas pesquisadoras, de visão internacional, Professoras Doutoras Raimunda Magalhães da Silva (UFC e UNIFOR), Maria Cecília de Souza Minayo (Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ) e Ana Elisa Bastos Figueiredo (FIOCRUZ).

O livro reúne uma seleta dos melhores trabalhos de investigação científica executados no Brasil, em suas cinco regiões, a respeito da ocorrência de morte autoinfligida por parte de pessoas (notadamente as institucionalizadas) com idade superior a sessenta anos, cobrindo comportamentos de tentativas de autocídios e suicídios consumados por aqueles postados no intervalo etário de sessenta a cem anos, nomeadamente os internados em instituições de longa permanência – os abrigos.

Seus capítulos advêm de ensaios acadêmicos cuja maioria coincide com investigações sustentadas em universidades nacionais, exigidas por programas stricto sensu – Mestrado e Doutorado – de qualidade inconteste, e que servirão para linear políticas públicas, por parte da União, Estados-Membros, Distrito Federal e municípios, a fim de enfrentar esse grave problema de saúde pública, haja vista o grande percentual de idosos insertos nessa tira de idade no Brasil. 

Espera-se e se almeja sucesso total para esta publicação.


Nenhum comentário:

Postar um comentário