DIFERENTES
SEMELHANÇAS
Arnaldo
Santos*

Além de mulher, uma é negra (e nem preciso falar do preconceito racial),
de esquerda, ambientalista respeitada internacionalmente, de origem pobre como
o ex-presidente Lula, só tendo sido alfabetizada quando tinha 18 os anos. A
outra também tem origem de esquerda, é militante desde muito jovem, lutou
contra a ditadura, foi presa, torturada e foi a primeira mulher eleita para a
Presidência do Brasil.

Mesmo incorporando todos esses valores históricos-políticos, culturais, eleitorais
e sociais esses aspectos não são, ou pelo menos não devem ser, os únicos
definidores nem das eleições e muito menos do que é substantivo para o futuro
do país, pois quando analisamos o que representa em essência o conteúdo de cada
uma das propostas que as principais candidatas apresenta, os eleitores com
menor grau de criticismo, e que formam o maior contingente, encontram
significativas dificuldades em fazer sua opção, pois ambas não apresentam
grandes diferenças em seus programas, exceção feita à proposta de autonomia
jurídica ao Banco Central apresentada por Marina Silva, e esse não é um tema
que desperta o interesse da maioria, embora seja extremamente importante.
Como gestor absoluto da moeda, o BC atua para manter a estabilidade
macroeconômica, através das ações de política monetária, gerenciando as taxas
de juros para manter a inflação sob controle – ou seja – quando os preços sobem
e pressionam a inflação, o BC sobe os juros, e vice-versa.
Como a meta de inflação é definida pelo governo, a candidata Marina
entende que sem essa autonomia o BC não tem independência, e atua sob influência
política da Presidente Dilma – ou Presidenta, como prefere ela mesma.

*Arnaldo Santos
Jornalista
Doutor em Ciência Política
Titular da Cadeira de nº 13 da ACLJ
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