sábado, 27 de agosto de 2011

RICARDO GUILHERME É CANDIDATO À CADEIRA Nº 38 DA ACLJ




Proposta pela acadêmica Mônica Silveira, a candidatura de Ricardo Guilherme à Cadeira de nº 38 da ACLJ obteve a adesão dos confrades Reginaldo Vasconcelos e Paulo Ximenes, nos termos do art. 4º do Estatuto Social, e foi bem acatada pela Diretoria da entidade. Vai abaixo um breve memorial biográfico do proposto, para conhecimento dos futuros eleitores.

Ricardo Guilherme é contista, cronista, poeta, ator de teatro, televisão e cinema, radialista, dramaturgo e diretor teatral, e roteirista de cinema e de TV.

Escritor de 16 livros, obra publicada pela Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, pela Fundação Cultural de Fortaleza e pela Fundação Demócrito Rocha.

Jornalista, com reportagens premiadas pela Fundação Nacional de Artes Cênicas. Articulista e Membro do Conselho de Leitores do Jornal O POVO (2010-2011).

Professor das disciplinas História do Teatro Brasileiro e Apreciação Teatral e Culturas Dramáticas Populares, na Licenciatura em Teatro da Universidade Federal do Ceará.

Historiador, com livros sobre a história do teatro cearense, premiado pelo Ministério da Cultura, nos anos setenta, por seu trabalho de pesquisador.

Fundador do Grupo Pesquisa (Teatro, 1978).

Integrante da equipe fundadora da Televisão Educativa do Ceará (hoje TVC) e da Rádio Universitária.

Criador do Museu Cearense de Teatro (1975, atual DOC-Teatro da UFC) e organizador do Museu dos Teatros de Estudantes do Brasil, criado por Paschoal Carlos Magno (Rio de Janeiro/1977).

Formulador da teoria e do método do Teatro Radical (1988), objeto de dissertação de mestrado e tese, nas Universidades Federal de Minas Gerais e Uni-Rio (Rio de Janeiro/RJ).

Crítico teatral do Jornal Hoje, da TV Verdes Mares, Canal 10 (1978).

Ator da novela Final Feliz, da Rede Globo (1982).

Produtor e Apresentador do programa de entrevistas “Diálogo”, produzido pela TV Ceará, ex- TVE (1996/1997, 2008/2011).

Produtor do Projeto Ouvir Dizer, do Centro Cultural Banco do Nordeste, com realização de recitais e gravação de livros sonoros a partir da obra de escritores cearenses.

Comentarista na área do Teatro no Programa Studio 22, da TV Diário Canal 22.

Especialista em Comunicação Social e em Arte-Educação, reconhecido como Notório Saber em cursos de pós-graduação da Universidade Federal da Paraíba e Universidade Nacional de Brasília.






sexta-feira, 26 de agosto de 2011

CRÔNICA

DES...CONSTRUINDO

Vita brevis, ars longa, occasio praeceps, experimentum periculosum, iudicium difficileA vida é breve, a ciência é grande, a ocasião é fugaz, a experiência é perigosa, o julgamento é difícil.  (Hipócrates).

Madrugada agitada no mar da Barra da Tijuca. O vento bate com força na minha janela, me fazendo acordar para o que estou sentindo.
Talita, Kume!

Há dias um sentimento estranho de fim, de tristeza, partida e despedida me invade com a mesma força desse vento de furacão.

Tem sido difícil demais remar contra a maré, então me rendo finalmente ao fluxo natural das ondas de emoções da minha arrebentação.

A minha insônia tem o mesmo fundo musical das cenas do enterro da filha da ficção, e agora me dou conta de que me confundo com meu personagem.

O que resta à Anecy? A filha morreu, perdeu a guarda do neto e, agora, o que ainda restava de alegria e consolo a essa mulher simples que saiu do Nordeste para “vencer” na vida também vai embora com a outra avó.

Duro demais ter que aceitar sem poder lutar, a partida da única lembrança de sua continuidade, seu neto.

Resignação, resistência, renúncia... resiliência! É o que o exercício da arte tem tentado me ensinar.

Vai-se findando um trabalho maravilhoso no Sul Maravilha. E agora?
Aceitar o fim sem querer que acabe? Dura de aprender, essa lição!
O que me resta a fazer? Não fazer nada de concreto é o certo?
Tentar fazer algo seria contraproducente? Nessa profissão há que se cuidar do melindre.

Difícil para quem herda no sangue a vontade de vencer, a necessidade da luta declarada pela sobrevivência.

Superar os complexos, fingir naturalidade, quando o tufão interno está prestes a eclodir.
Aprenda-se a lidar com a ciência das máscaras! Mostre-se a persona!

Desconstrua-se, então, o costume ancestral e aprenda-se o novo!
Fazer de outro jeito, quase sem parecer fazendo. Deixando-se refazer e recomeçar.
Honrando o que foi feito e confiando no processo da seleção natural, este, sim, imutável e independente das resistências.

Vida longa à minha arte!

Que sopre com força esse vento e que arrebentem as ondas do mar lavando e restaurando a minha alma. Que nasça o sol, brilhe sobre as ondas e que o mestre me erga dos sonos da morte em vida!!!

Que assim seja!

Karla Karenina – Em 26.08.2011 às 05:15h.

A CRONISTA E POETISA ENTRE MINO E PC NORÕES

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

CRÔNICA




IMORTALIDADE ACADÊMICA

Por Reginaldo Vasconcelos

Eu sempre achei que a chamada “imortalidade acadêmica” fosse um mito, assim como também achava que a “fonte da juventude” fosse mera ficção – até que um cientista me explicou a íntima relação entre o envelhecimento da pessoa e a qualidade da água que, ao longo da vida, ela consome.
Os antigos que conceberam a ideia da fonte da juventude, portanto, intuíram que ao repor os fluidos do corpo é possível remoçar, conforme sejam os insuspeitados tônicos naturais que eles infundam, ou avelhantar, se a água que se bebe transporta secretos inimigos bioquímicos.
Analogamente, os que tiveram a sutileza suprema de instituir para os homens de letras um salvo conduto imaginário contra Thánatus, advertiram-se de que realmente o dom de registrar a imaginação e os sentimentos plasma um corpo etéreo que é imune à morte extrínseca. Os acadêmicos são os que, uma vez fisicamente mortos para os íntimos, nunca morrem efetivamente para o mundo.
O pré-homem que matou o mamute, assim como aquele que o pintou na parede da caverna, estão ambos imortalizados na gravura rupestre, pela sua obra, pela sua arte”, disse certa vez este cronista há muitos anos, antecipando a convicção que depois lhe assomaria ao espírito, ao se lhe avizinhar a “juventude da velhice”, e ao se reunir ele a outros escribas na academia literária.
Na perspectiva da extinção física, o homem comum se ressente daquilo que deixará, de tudo que se perderá nas cinzas inúteis do passado. Inversamente, o homem de letras se ufana de seu legado, pois aquilo que produziu da mente e transferiu para o papel é chama eterna.
Ninguém caminha para a glória física, pois que tudo se degrada no corpo logo que seja transposta a meia idade. Mas o espírito do beletrista capitaliza o tempo, enquanto marcha célere para o éden do intelecto, que, porquanto intangível como todas as metas humanas, os seus acessos são ladrilhados de esplendor, e os seus eflúvios já gratificam imensamente.
Academia Cearense de Literatura e Jornalismo


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

ACADÊMICO LUCIANO MAIA LANÇA LIVRO


O poeta Luciano Maia, da Academia Cearense de Letras e da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo, lançará livro no Ideal Clube, e convida os confrades a se fazerem presentes à noite de autógrafos. Abaixo, a foto de sua posse na ACLJ, em 29 de junho deste ano. Sobre a obra fala o crítico literário carioca Antonio Carlos Secchin, da Academia Brasileira de Letras: 




Claroscuro reafirma a consistente vocação lírica de Luciano Maia;
não por acaso, do livro constam poemas-homenagem a Manuel Bandeira
e a Gonçalves Dias. Seja em versos livres, como no conjunto das “odes eólicas”, seja no domínio das formas fixas, como no belo soneto “Um navio dando adeus”, Luciano Maia circula à vontade entre registros diferentes, tendo a uni-los a qualidade da sua poesia”.

Antonio Carlos Secchin

CONVITE

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

ACLJ 89 - Encontro Informal de Confrades

Aproveitando uma estada de Karla Karenina em Fortaleza, Reginaldo Vasconcelos convocou alguns  confrades para um encontro informal no Parque Recreio, na sexta feira, 12/08. Atenderam à convocação Rui Martinho, Paulo Ximenes e Altino Farias.

Karla, muito satisfeita com a fase atual de sua carreira, compareceu acompanhada da amiga Magda, que participou ativamente do papo entre acadêmicos.

A conversa foi bem variada, não deixando de constar, claro, assuntos inerentes à Nova Academia, principalmente no que diz respeito à captação de recursos para o desenvolvimento das atividades culturais e intelectuais a que se propõe.

Nas despedidas decidiram marcar para breve novo encontro informal, desta vez tornando público a todos os membros da Nova Academia dia, local e hora. Assim, quem tiver interesse em participar mais ativamente dos destinos da ACLJ terá ampla oportunidade.

Altino Farias

PRESIDENTE OU PRESIDENTA




Circula na Internet há algum tempo um texto explicativo das razões pelas quais não está correto forçar uma forma feminina para a palavra “presidente”, a qual seria “comum-de-dois”, ou seja, invariável, no que se refere ao gênero-sexo. E foi essa linha mais escorreita que adotaram a imprensa livre, os jornalistas independentes dos ditames do Planalto, os órgãos que seguem cartilhas de correção gramatical.

Todavia, o mestre Aurélio consigna o verbete equivocado – presidenta – embora o mesmo dicionário ensine assim sobre o que é comum-de-dois: "comum-de-dois / Adj. Gram. / Diz-se de substantivo que tem só uma forma para os dois gêneros, como, p. ex., artista, pianista, regente, selvagem; comum de dois gêneros, sobrecomum, uniforme".

Na verdade, dicionários não servem como tira-teima de gramática. Eles registram usos da língua, tanto cultos quanto populares, de modo que o fato de constar nos léxicos não significa que uma palavra esteja certa, na sua melhor forma ortográfica. Indica apenas que aqui e acolá ela tem sido utilizada, com ou sem abonação das regras gramaticais.

O particípio ativo do verbo presidir é presidente, assim como do verbo atacar é atacante, de modo que a jogadora Marta do nosso futebol nunca seria uma “atacanta”. Pela mesma razão, a atual dignitária da República Brasileira não pode ser referida como “presidenta”, sem que o belo idioma luso verta sangue.

Dúvida semelhante surgiu entre nós quando as duas primeiras mulheres assumiram funções de gerentes de instituições financeiras em Fortaleza, pelo fim dos anos 70: Eugenia Camarão, do Bradesco, e Semíramis Becco, do extinto BEC. Elas seriam gerentes ou gerentas? Os intelectuais do Banco do Estado se dividiram na época, tendo ao final da discussão prevalecido o uso uniforme: A gerente.

Diz-se que a própria Presidente Dilma Roussef teria revelado sua preferência pessoal pela aplicação do uso errôneo. Se isso é verdade, parece justo e legítimo que os que se dirijam diretamente a ela a chamem com o vocativo por ela mesma preferido: Presidenta Dilma. As pessoas têm direito de escolher a maneira pela qual querem ser chamadas, mormente uma administradora pública que tem exercido o cargo com tanta correção e dignidade, até porque agnomes e nomes nada têm a ver com a língua pátria. Isso não significa que estejam obrigados os doutos e os jornalistas a trucidar a gramática quando aludirem à Presidente.

No momento, a aplicação do termo presidenta se tornou a pedra de toque do puxa-saquismo federal. Quem houve os locutores da Voz do Brasil, e os apresentadores da TV Brasil, que são empregados de emissoras públicas, nota que eles obedecem aos áulicos que os chefiam, chamando de presidenta a Presidente da República.

Por outro lado, no rádio e na televisão em geral, pelo modo de aludir à Dilma Roussef, os entrevistados se dividem claramente entre os que respeitam a língua e os que se esmeram em agradar a situação. Esse estado de coisas levou a uma interessante patacoada lingüística, durante a sessão do Senado Federal deste dia 15 de agosto.

Na referida sessão do Senado, senadores da oposição anunciavam uma frente parlamentar de apoio à faxina ético-administrativa que Dilma Roussef iniciou. Então, na presunção de que se dirigia diretamente a ela para lhe manifestar solidariedade, cada orador alternava o tratamento, no mesmo discurso, ora Presidente Dilma, mais na frente, Presidenta.

Reginaldo Vasconcelos      

terça-feira, 9 de agosto de 2011

ACLJ 86 - Parabéns para Narcélio Limaverde



NARCÉLIO SOPRA 80 VELAS


Hoje, 08 de 08 de 2011, completa 80 anos de idade o radialista Narcélio Limaverde, um dos mais tradicionais homens de imprensa em Fortaleza, herdeiro de longa tradição familiar na atividade. Narcélio é Membro Honorário da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo, que aqui lhe presta especial homenagem, com a crônica abaixo, publicada na coluna Cá Entre Nós do extinto jornal Tribuna do Ceará, em 1981, na qual o cronista Reginaldo Vasconcelos, de forma carinhosa, flagra o homem em seu ofício.

CHUVA NA ESTRADA

Com as chuvas, acometeu-me a mesma sede das aves, das arribações que voltam sequiosas ao sertão, na entrância do período invernoso. Manhazinha de sábado, chovera a noite toda e a água sobrava, desmanchando-se na cidade. O automóvel roncou na garagem, um ronco abafado por uma manifesto chuá. Nele saí a procura do sertão, rumo à fazenda, pela estrada encharcada em pequena torrante, e quase não se enxergava adiante, de tanta chuva e de tanta bruma.
Já longe da cidade encontrei pelo vidro milimetrado do rádio a voz do Narcélio Limaverde. Sintonizei em seu programa, porque ainda pelo rádio posso ouvir-lhe o coração, ponderado e amigo, saudosista e afetuoso. Fui acompanhando pelo éter as traquinagens da enxurrada cometidas na cidade, enquanto dela me afastava para deitar os sentidos na paisagem.
Mantive um vagar por todo o itinerário, pois nenhuma pressa me acossava.
A viagem em si fazia a sua parte, me fazendo espairecer da visão estreita e de toda a canseira dos dias da semana, das horas estáticas e dos dias suarento de um longo verão. A certo ponto chequei a ter pena do Narcélio – exótico sentimento, pois ninguém dá importância humana às vozes do rádio – por estar ele trabalhando naquela hora de sábado, na melhor hora da chuva.
Depois imaginei a reconfortante companhia daquele microfone, que o fazia estar a um só tempo, inclusive ali no meio do sertão, na intimidade do meu carro.
E assim fui ter dois dias de repouso, simplicidade e anonimato, a terra molhada e o céu tão baixo de quase poder tocar com a mão. O supra-sumo trivial como tomar cachaça na rede depois do banho de riacho, ouvir a rã rapando e a orquestra de sapos na lagoa.
No frio hibernal a tépida companhia das pessoas estimadas, poucas palavras para o ouvido e linha direta para o coração. Meu carro na estrada era um bólido vagaroso incendiando de alegria, rumo ao país dos passarinhos, os proprietários do arrebol.

Reginaldo Vasconcelos

sábado, 6 de agosto de 2011

ACLJ 85 - Academia em luto pelo óbito do Confrade Armando Vasconcelos

LUTO ACADÊMICO

Morreu neste dia 03 de agosto o jornalista veterano Armando Ponte de Vasconcelos, um dos pioneiros da televisão no Ceará. Impedido de compor o grupo de fundação da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo, em virtude de sua doença, Armando foi aclamado Patrono Perpétuo da Cadeira nº 9, a qual é ocupada pelo acadêmico emérito Evaldo Gouveia.


O Povo
03.08.2011| 16:55

Aos 85 anos, morre jornalista Armando Vasconcelos



Faleceu, na tarde desta quarta-feira, 3, o jornalista Armando Vasconcelos, vítima de  pneumonia, aos 85 anos. Um dos pioneiros da TV cearense, esteve no comando do programa de entrevista que levava seu nome, por 23 anos ininterruptos, pela TV Cidade.

O corpo de Armando será velado na tarde desta quarta-feira, no Ápice Velório. O sepultamento está previsto para as 10 horas da próxima quinta-feira, 4, no Cemitério São João Batista.


Diário do Nordeste
Publicado em 4 de agosto de 2011 

Morre o jornalista Armando Vasconcelos
  

O comunicador apresentou o popular ´Programa Armando Vasconcelos´ durante mais de vinte anos
TUNO VIEIRA (02/12/1999)
O apresentador é considerado um dos pioneiros em programas de auditório no rádio e na televisão cearense

Faleceu, no fim da manhã de ontem, aos 85 anos de idade, o jornalista Armando Vasconcelos. A morte do também apresentador de televisão teve como motivo complicações causadas por conta de uma pneumonia.

De acordo com familiares, Armando Vasconcelos era portador da Doença de Parkinson, patologia degenerativa do sistema nervoso central, lentamente progressiva e ainda sem causa conhecida. Segundo a família, o jornalista havia sofrido há pouco tempo um acidente vascular cerebral (AVC).

Armando Vasconcelos é considerado um dos jornalistas pioneiros da televisão do Ceará. O profissional cearense apresentou durante mais de duas décadas, na emissora de canal aberto TV Cidade um programa que levava o seu nome: "Programa Armando Vasconcelos", no qual o apresentador entrevistava grandes personalidades locais. A atração foi ao ar todos os dias initerruptamente.

Seriedade

Armando Vasconcelos é lembrado e admirado por muitos pela sua seriedade e por ser um profissional compenetrado e completamente dedicado. Além do pioneirismo na televisão do Ceará, o jornalista também foi um dos percussores de programas de auditório do rádio cearense.

Armando Vasconcelos atuou ainda no meio impresso, deixando a sua marca e a sua experiência no Diário do Nordeste. O jornalista trabalhava na editoria de Política e, na época, realizava a cobertura no Palácio da Abolição.

O corpo do jornalista Armando Vasconcelos será sepultado hoje, às 10h, no Cemitério São João Batista.